Dispensado pelo Remo no último dia 11/07, o meia Fininho acredita que errou ao atuar fora da sua posição de origem, o setor de armação. O manauara, de 30 anos, disse, ainda, que poderia ter sido bastante útil ao elenco na disputa da Série C do Brasileirão.
“Infelizmente, mais uma vez, caí em um erro que foi meu mesmo. Na chegada do Josué (Teixeira), que abriu as portas para mim, sempre entrei em uma função que não era a minha e fui o maior prejudicado”, revelou.
“Em dezembro, comecei trabalhando como um terceiro volante, mas sempre querendo ajudar. Quanto iniciou o Campeonato Paraense, aconteceram as mudanças, o time ficou mais de marcação e passei a entrar no segundo tempo dos jogos. Mesmo assim, dei o meu melhor”, lembrou.
“Na Série C, não entendi a razão de não ter tido oportunidades, mesmo a equipe vivendo uma turbulência. Se tivesse tido uma oportunidade, daria conta do recado, mas é vida que segue. Não guardo remorso e sou grato ao Remo”, comentou.
Fininho viveu a sua segunda passagem pelo Remo. A primeira aconteceu em 2011 e a última iniciou depois de se destacar na Segunda Divisão do Campeonato Paraense pelo Sport Belém, no final da temporada passada. Apesar de não fazer mais parte do grupo azulino, ele ainda tem contrato vigente com o clube e aguarda uma posição da diretoria para não ter que acionar a Justiça do Trabalho que, segundo ele, junto com o atraso salarial, são os principais problemas do Leão.
“Vejo que têm pessoas tentando acertar, mas ainda está muito aquém do que o Remo e a torcida esperam. O clube precisa se posicionar dentro e fora de campo. Enquanto não der um basta nessa questão jurídica, vai ser muito difícil, pois passa o tempo e isso só vai se complicando mais ainda”, disse o meia.
“Outra coisa é a questão salarial. Não adianta nada receber uma proposta de salário altíssimo e, quando chegar no final do mês, não receber. Você fica com a cabeça difícil para trabalhar. Imagina o que é entrar em campo com os credores no seu pé. Nesse ponto, o Remo precisa melhorar muito, repensar, para que possa brigar para subir à Série B, chegar e permanecer, não bater e voltar (para a Série C)”, ensinou.
O jogador ainda tem 5 meses de contrato para receber do Remo. Os dirigentes fizeram uma proposta para rescindir o vínculo, mas ele e os outros atletas dispensados não aceitaram e esperam por um acerto amigável. Só assim, Fininho poderá buscar uma nova equipe para o restante da temporada.
“É difícil, pois estamos em julho e o calendário do futebol brasileiro é muito escasso, prevalece mais a Segunda Divisão em muitos Estados, se a proposta for boa, mas primeiro preciso resolver a minha situação com o Remo. Até hoje ainda estou vinculado, só fui desligado verbalmente e ainda não deram a baixa na minha carteira, não assinei rescisão e não sei quando isso vai acontecer. Espero que o mais breve possível, pois preciso tocar a minha vida, seguir a minha carreira. Assim como entrei de forma tranquila, também quero sair assim, sem procurar outros modos para receber aquilo que tenho direito”, concluiu.
Globo Esporte.com, 24/07/2017