A contratação do executivo de futebol Zé Renato, apresentado na última terça-feira (31/10), e a chegada do novo treinador, Ney da Matta, de certa forma dão um novo alento ao clube, que viveu sob enorme turbulência desde que foi eliminado da Série C. Este fato, de imediato, causou a renúncia dos diretores de futebol Marco Antônio Pina “Magnata” e Sérgio Dias, acusados de negligência na condução do time na disputa do Campeonato Brasileiro.
O presidente Manoel Ribeiro, eleito pelo voto direto dos associados, passou a ser o alvo dos torcedores e dos conselheiros azulinos. O veterano dirigente, que já foi conhecido como “Marechal da Vitória”, virou o vilão do fracasso azulino dentro campo. Então, começou a fase de cobranças intensas à sua administração, considerada “arcaica” para os tempos atuais.
Grupos organizados partiram para protestos na sede, até na frente da sua casa, pedindo sua renúncia. O Conselho Deliberativo (Condel), órgão supremo do clube, ficou dividido em torno do dirigente, sobretudo quando foi revelado pelo Conselho Fiscal (Confis) que a prestação de contas do primeiro quadrimestre da gestão – a única apresentada até o momento – estava irregular.
A autoridade do presidente caiu de conceito e, cercado, ele mandou um recado: “Não vou renunciar. Nunca fui de correr da briga”, disparou.
Na última reunião do Condel, no dia 11/10, por vontade dos conselheiros, Ribeiro ganhou um prazo de 30 para ajustar a prestação de conta do primeiro quadrimestre. Manoel diz que tudo foi construído não será destruído por palavras.
“Nessa quantidade de anos que vivo aqui, quantas coisas foram erguidas, construídas, algumas começadas por mim. Então, espero que tudo corra bem nessa nova fase que vamos entrar”, comentou.
No evento de apresentação do executivo de futebol Zé Renato, o presidente conversou com os jornalistas sobre a situação azulina e reiterou que está no clube desde 1955 e não pretende deixá-lo tão cedo.
“O que passou, já passou. Estou tranquilo agora, mas fiquei aborrecido com parte da imprensa, que fala coisas não verdadeiras. A maioria cria fofoca no Remo, inventa e a torcida vai atrás disso sem saber o que é realmente”, disse, exigindo que jornalistas tratem o clube com mais seriedade e divulgar coisas reais. “Sabemos que os clubes têm seus problemas, mas são internos e resolvidos pelos dirigentes”, afirmou.
Apesar disso, Manoel Ribeiro faz “mea culpa” para os erros cometidos em 2017, quando o Remo não realizou boa campanha, mas deixa de pé sua promessa de elevar o Remo à Série B.
“Quando fui eleito, disse que faria tudo para colocar o Remo na Série B. Não fomos bem em 2017, mas aposto que 2018 será muito melhor. Tudo vem sendo planejado com cuidado e qualidade”, afirmou, acreditando que o grupo do futebol comandando por Milton Campos não vai cometer falhas nem repetir os erros passados. “Não penso nesse grupo errar. São pessoas com propósitos de querer o melhor para o clube”, ressaltou, reafirmando que manterá a autonomia do futebol, sem interferir nas decisões.
“Não penso assim, pois tenho certeza de seriedade de cada um dos membros da comissão na missão que aceitaram”, disse Ribeiro, pedindo ao torcedor mais um pouco de paciência pelo trabalho que está se iniciando.
“Queremos acertar para o bem do nosso clube, inclusive estão me cobrando pelo atraso da prestação de contas. Não tenho dúvida da prestação de contas, ela está correta”, garantiu.
O Liberal, 05/11/2017