Nos últimos anos, o Clube do Remo tem revelado alguns jogadores para o cenário nacional e até para o exterior. Recentemente, o atacante Rony, vendido para o Cruzeiro (MG) e destaque do Náutico (PE) na Série B em 2016, acertou sua saída para o futebol japonês. O volante Warian Santos, o “Ameixa”, está no time profissional do Corinthians (SP), onde disputava a Florida Cup, nos Estados Unidos.
Além do volante, o time paulista chegou a ser a casa de outro azulino, que retornou ao Baenão em busca de dias melhores: o meia Rodrigo, que surgiu como uma grande promessa em 2013, na Copa do Brasil Sub-20.
Na competição, Rodrigo foi um dos destaques do certame e do Leão, tanto é que logo se transferiu para o Timão. Porém, ele não conseguiu se firmar no Parque São Jorge.
“Não tive um ano muito bom lá. Acabei me machucando e passei um tempo parado. Isso me atrapalhou um pouco na sequência de jogos. Fui disputar o Campeonato Mineiro (emprestado para a Caldense-MG), onde me machuquei e voltei para o Corinthians (SP), para me operar. Isso me atrapalhou bastante”, explicou.
Mesmo sem ter disputado tantos jogos por causa da contusão, Rodrigo conta que a experiência de treinar nas categorias de base de um grande clube do futebol brasileiro foi muito boa para o seu crescimento.
“Volto bem mais maduro, aprendi bastante. A gente aprende a como suportar a pressão, a como se portar dentro de campo, como agir, como trabalhar a parte tática e acho que isso vai me ajudar bastante aqui”, disse.
Após quase 3 anos fora do Remo, Rodrigo retorna em um novo momento do clube. Com os azulinos passando por uma grave crise financeira, o objetivo é investir em jogadores locais e da base, montando um plantel de baixo custo. Desta forma, o meia chega com grandes possibilidades de jogar e ser um dos principais nomes no meio-campo remista.
“Os membros da diretoria, dessa nova gestão, vieram conversar comigo. Eles falavam que tinham o interesse em contar comigo para esta temporada. Fiquei muito feliz com esse contato e deu tudo certo na hora de acertar o meu retorno”, conta o meia.
Quando deixou o Baenão, no início de 2014, muito se falou que o Leão perdia um grande jogador. Com o retorno, a expectativa é grande em cima de Rodrigo, que se diz pronto para suportar essa pressão.
“Essa cobrança é natural da torcida do Remo, que é um clube grande. A torcida é de massa, uma das maiores do país. Essa pressão sempre vai existir. Se precisar de mim, pode contar comigo, porque vou dar o meu máximo”, disse.
Com o projeto da diretoria do Remo de dar espaço para jogadores locais e da base, o time do Leão tem uma característica muito interessante, que é a mescla entre jogadores experientes e jovens. Apesar de ter 22 anos, Rodrigo já tem uma boa bagagem e espera poder contribuir bastante com o grupo em 2017.
“Acredito que esse seja o nosso diferencial. Você pega jovens garotos e põe com atletas mais rodados. Os jovens têm muito o que aprender com alguns jogadores, como Flamel e o Fininho, que são mais experientes. Eles vão ensinando o caminho a se seguir e ouvindo essas pessoas, ajuda bastante”, ressaltou.
Em relação ao que ele pode render, Rodrigo acredita que 2017 será um bom ano com a camisa azulina. “Estamos trabalhando forte para conseguir o acesso, que é o objetivo principal do clube”, finalizou.
Rodrigo marcou 3 gols na Copa do Brasil Sub-20, em 2013, pelo Leão. A equipe azulina parou nas quartas-de-final da competição, sendo eliminada pelo Criciúma (SC). Depois que saiu do Remo, o meia defendeu Corinthians (SP), Caldense (MG) e São José (SP), mas foi atrapalhado por uma lesão no joelho direito nos últimos anos, que o obrigou a realizar uma cirurgia no menisco.
O Clube do Remo teve uma boa “safra” de jogadores em naquela temporada 2013, que disputou a Copa Norte Sub-20 e Copa do Brasil Sub-20. A equipe fez uma grande campanha na competição. Daquele grupo, alguns jogadores permaneceram no elenco, como Igor João, Tsunami, Edicleber, Jayme, Sílvio e agora Rodrigo, que voltou ao Leão.
O meia lembra daquele grupo azulino, que fez uma grande campanha no torneio nacional e ainda contou com o apoio do Fenômeno Azul.
“Nosso time era bem novo e começou meio desacreditado, por causa da campanha no Parazão Sub-20, mas aos poucos fomos evoluindo bastante. Conseguimos crescer com muita raça, tiramos o Flamengo (RJ) e outros grandes times. Aquilo foi algo que marcou muito na história do clube”, afirmou Rodrigo.
Com alguns nomes daquele time Sub-20 de 2013 no atual elenco profissional do Clube do Remo, Rodrigo acredita que seja possível repetir o mesmo sucesso.
“Vamos trabalhar para isso. Estamos trabalhando para isso e para conseguir coisas maiores. Agora vamos dar um passo de cada vez, para conseguir coisas maiores e melhores”, encerrou o jogador.
Diário do Pará, 22/01/2017