Na temporada passada, o Remo trabalhou com 3 treinadores, mas nenhum deles conseguiu se firmar. Agora, o Leão vive um novo tempo com Josué Teixeira, de 56 anos, que tem diploma de bacharel de Direito, de professor de Educação Física, além de ser sargento da reserva das Forças Armadas, com serviços no corpo de Fuzileiros Navais.
No futebol, ele se identifica como operário do dia-a-dia. Profissão que abraçou desde 2006, quando começou no Fluminense (RJ), embora 2 antes tenha sido assistente no Flamengo (RJ). Depois do Tricolor carioca, foi para o Avaí (SC), em 2007. Então, a vida seguiu adiante e, atualmente, comanda o Remo, desde dezembro de 2016, quando foi contratado pela nova diretoria.
Desde 2015, teve seu nome lembrado pelos azulinos. “Era o clube que tinha interesse em trabalhar, por isso foi um acerto rápido”, disse, ao chegar no Baenão.
É uma aposta que está dando certo. Josué caminha lado a lado com os objetivos do clube. Com formação militar, então, se caracteriza pela precisão dos fatos, sobretudo no trabalho com rigidez nas ordens de comando. Disciplina acima de tudo, porque, segundo ele, todos têm uma hierarquia a seguir.
“Minha missão é trabalhar o time para obter bons resultados e a dos jogadores é seguir as ordens de campo. A da diretoria, ter responsabilidade com o elenco, cumprir tudo que reza em um contrato de futebol para evitar problemas com os atletas”, ensinou.
Mesmo não se considerando polêmico, Josué tem demonstrado um comportamento um tanto explosivo dentro das quatro linhas.
A primeira aconteceu no amistoso contra o Castanhal, no estádio Modelão, na derrota de 3 a 1. Irritado com atuação do árbitro que marcou e depois desmarcou uma penalidade em favor do Remo, ameaçou tirar o time de campo. No vestiário, mais calmo, disse que o objetivo era apenas pressionar o árbitro.
No primeiro Re-Pa do Parazão, foi expulso de campo pelo árbitro Gustavo Ramos Melo, por atitude inconveniente. Reclamou de forma ostensiva de uma falta não marcada pelo árbitro. Ao sair de campo, ainda provocou a torcida do Paysandu, mostrando e beijando o escudo do Remo na camisa. Por causa da expulsão, foi citado em súmula indo a julgamento pelo TJD. Na sessão da última quinta-feira, 09/03, acabou absolvido.
No último domingo, 05/03, após o jogo com o Atlético (AC), pela Copa Verde, atraiu os holofotes da imprensa ao afirmar que não viu tanto futebol no meia Polaco, cantado em verso e prosa pelo dirigentes azulinos, inclusive o diretor de futebol Marco Antônio Pina, que havia conversado com o jogador e tudo estava engatilhado para sua vinda.
Sem ser ouvido, o treinador deu seu pitaco, afirmando que o futebol do Polaco era o mesmo do meia Edicleber (emprestado ao Penarol-AM), e que, por isso, não concordava com sua contratação. A posição do treinador gerou um fortuito conflito com um jornalista, por considerar que teve sua palava mal interpretada pelo profissional da imprensa. Certo ou não, sabe-se que prevaleceu sua posição e Polaco não vem.
O retorno do meia Eduardo Ramos também mexeu com os brios do “sargentão”, que foi logo avisando. “Ele vem, tudo bem, mas primeiro vai conversar comigo. Vamos nos acercar dos direitos e deveres. É bom jogador, tem qualidades, mas precisa fazer, trabalhar para merecer vaga na equipe, pois o meu camisa 10 é o Flamel”, decretou.
O Liberal, 12/03/2017