As curvas de rendimento são previstas nos planejamentos de fisiologistas e preparadores físicos, mas às vezes ocorrem fora do planejado. É o caso do Remo, que cai justamente quando o rival Paysandu sobe, nos jogos mais decisivos.
Um indicativo da queda azulina, que é muito natural, está na alta incidência de lesões. Jogando na superação física, em campos que demandam esforço além do normal, sem grandes opções no elenco para rotatividade, o time remista acumulou fadiga e agora paga o preço, apesar do bom trabalho do preparador físico Robson Melo. É a força das circunstâncias! Somente com muita bravura dos atletas, pura superação, o Remo pode se recolocar nos trilhos.
Já o time bicolor, que sofreu nas primeiras rodadas, mas conseguiu administrar o desgaste dos atletas, agora colhe frutos com o time rendendo bem na reta decisiva. O outro time que cresceu muito nas últimas semanas foi o Águia, mas tudo o que conseguiu foi se salvar do rebaixamento que parecia iminente. Independente e São Raimundo vêm em uma regularidade no rendimento físico e vejamos como vão se comportar nas semifinais, principalmente o Galo Elétrico, que montou o time à última hora, não fez a pré-temporada que deveria, mas teve folgas suficientes para as compensações.
É importante ficar claro na avaliação de rendimento físico do Remo que não está em julgamento o trabalho do preparador físico Robson Melo, que é muito competente e trabalha em condições adversas de infraestrutura. Não tem o suporte de um fisiologista e precisa acumular funções. Não dispõe de equipamento para leitura do nível de desgaste dos atletas para prevenção de lesões e nem mesmo de uma academia dentro do clube.
Josué Teixeira tem feito malabarismo para poupar jogadores aqui e ali. A partir das semifinais do Parazão, os atletas terão que dar o máximo da capacidade física, mas passarão a ter tempo bastante para recuperação entre um jogo e outro na reta final do campeonato.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 07/04/2017