Givanildo Oliveira
Givanildo Oliveira

A gana de vencer faz de Givanildo Oliveira uma lenda do futebol brasileiro. São 69 anos de idade, sendo mais de 50 dentro do esporte.

Ex-meia com passagem pela Seleção Brasileira, a transição para a carreira de técnico durou apenas 3 dias. Pendurou as chuteiras em um domingo e, na quarta-feira, retornava a campo para comandar o primeiro treino na nova função que escolheu e vem executando com competência.

Atualmente no comando do Clube do Remo, Giva se tornou no último final de semana o maior campeão de estaduais do século, à frente de renomados companheiros de profissão, como Vanderlei Luxemburgo, Muricy Ramalho e Mano Menezes. Em entrevista, o “professor” falou sobre discriminação na profissão e garantiu: ainda cabem mais troféus na prateleira.

“Primeiro, o segredo é gostar do que faz, e eu gosto. É uma coisa desde quando era jogador e continuou quando parei de jogar. Até nessa parte sou diferente: parei de ser jogador em um domingo e na quarta-feira já era treinador. Daí segui a carreira que, graças a Deus, foi de títulos. Agora, com a idade que tenho, muita gente acha que é a hora de parar. Para mim, não é, porque tenho uma ganância de ganhar títulos, tenho ganância de trabalhar. O dia que achar que não dá mais, vou parar”, resumiu o técnico pernambucano.

“Os números não mentem e vocês da imprensa usam muito isso. Então, se estou à frente de todo mundo (outros técnicos) nesses 10 anos, é mais uma motivação para mim, para continuar trabalhando”, disse Givanildo Oliveira.

Apesar extenso e vitorioso currículo, o técnico se ressente de não ter recebido muitas oportunidades em clubes das regiões Sul e Sudeste do país. Apenas 6 dos 23 times que treinou eram destas regiões. A grande maioria dos trabalhos ocorreu no Nordeste, Centro-Oeste e Norte. O motivo Givanildo não sabe afirmar, mas tem uma hipótese.

“Você tocou em um assunto agora que convivo com ele. Não posso dizer que não tenho (vontade de trabalhar no Sul e Sudeste), porque já pensou se acontece um convite? Agora eu sinto, acho, que não vai acontecer. Trabalhei no América (MG) e foram vários títulos. Campeão da Série C, campeão da Série B, campeão mineiro em cima de Atlético (MG) e Cruzeiro (MG), e nunca recebi nenhum convite, nem do Atlético (MG) e nem do Cruzeiro (MG). Essa é uma coisa que eu falar, que me desculpem quem não quer aceitar, mas existe uma discriminação muito grande. Estou falando com você aqui no Norte, do Nordeste. Porque o pessoal do lado de lá (Sul e Sudeste) têm essa coisa de discriminação. Com jogador, graças a Deus, não têm. Porque vários jogadores saíram daqui e do Nordeste para ser até da seleção, como eu. Jogava no Santa Cruz (PE) quando fui convocado. Agora, da parte de treinador, tem uma discriminação grande. Por quê? Não sei. Gostaria até que você perguntasse a alguém de lá para saber, porque não sei. Não entendo isso, mas agora não estou muito preocupado com isso, não”, contou Giva.

Dos mais de 20 títulos que acumula em sua carreira, entre estaduais, regionais e nacionais, Givanildo não consegue apontar apenas um como o mais marcante. O importante para o treinador é continuar vencendo, para provar que, apesar da idade, não está ultrapassado.

“É difícil dizer. Pelo América (MG), teve título brasileiro, assim como teve aqui pelo Paysandu, teve a Copa dos Campeões, que também foi muito importante. Lá em Recife (PE), também já fui campeão de Série B. Foram vários. Você não pode diferenciar. Esse título agora, pelo Remo, foi de uma importância grande, pelo momento, por tudo que estava cercando a minha vinda para cá. Teve gente que falou que já estava com uma idade avançada. Tudo isso marca. Para mim, agora que não tenho de cabeça todos os títulos que ganhei, diria que todos são importantes”, ressaltou.

Confira outros trechos da entrevista com Givanildo Oliveira

Início vitorioso no Remo

Vim para o Remo primeiro porque gosto de trabalhar e estava parado há 5 meses. Aceitei o desafio, tenho muitos amigos aqui e uma das coisas que me fez vir para o Remo é que estão pagando em dia, que é outra tristeza do futebol. Então vim. Felizmente, deu certo. Essa situação de condições de trabalho é muito complicado, principalmente para mim. Às vezes, você vai para um clube que não CT, por exemplo. Hoje, estamos sofrendo, não tem campo para treinar.

Experiências em Série C do Brasileirão

Disputei 2 vezes a Série C. Uma pelo América (MG), fui campeão. Outra pelo Santa Cruz (PE), em que não conseguimos subir. A Série C melhorou muito, porque agora não é mais aquela que tinham 4 clubes em uma chave. Agora você tem 18 jogos garantidos. Se você tiver um comportamento bom, você pode subir, com certeza. É isso que a gente pretende. As viagens são difíceis, principalmente do lado de cá, que são longas. Tem os campos. Sei, por que disputei duas e vi como é. É difícil, mas a gente tem condições de subir.

Objetivo da temporada

Claro que queria ser campeão estadual, e fui. A repercussão para mim, como treinador, foi muito grande, até pela minha idade. São 3 anos seguidos sendo campeão, mas meu pensamento maior é levar o Remo a uma Série B.

Chegou com o Remo em baixa. O que mudou até o título?

Se for falar do último jogo, o (goleiro) Vinícius foi um gigante, mas o que mudou foi o grupo. Não trabalho com um jogador só. Foi isso que mudou. Consegui puxar eles para mim, consegui mostrar a eles que tinham condições de ser campeão, de fazer bons jogos, de ganhar jogos e eles entenderam isso.

Comemoração do Estadual

Já disse para eles: título a gente comemora depois que acaba o jogo, que foi no domingo (08/04), e no outro dia comemora à vontade. Já passou, agora acaba com isso! O que vem pela frente é outra história. Se ficar pensando no que passou, aí estou rico, porque foram vários títulos, como jogador e treinador. Você não esquece, na verdade, mas agora o que vale é o presente.

Globo Esporte.com, 12/04/2018

2 COMENTÁRIOS

  1. O Givanildo, como eu disse tinha um coelho na cartola a 69 anos para conseguir para o Rei da Amazônia o Titulo de campeão do Parazão 2018, com certeza ele também tem outro coelho que vai levar o Leão a série B do Brasileirão.No momento ele é o único técnico no mundo que pode receber o titulo de técnico Rei da Amazônia, não somente porque coleciona 7 títulos Estaduais, em que na sua maioria das vezes os títulos são decididos pelo clássico Rei da Amazônia o maior clássico da terra em duelos, é por que o Professor GIVA tem 69 anos acumula uma experiência fora do comum, com uma mente ou espirito ou coração de 25 anos, os craques devem ter pensamento positivo manter a forma física, treinar regularmente , obedecer pelo menos 80% da orientação nutricional, e seguir as orientações do Professor GIVA este que é o craque dos craques.

  2. E muito importante givanildo você está num time de tradição e nome confiamos em você para subir tenho certeza que vai conseguir, possuem uma carreira de glórias e agora vai ser bem melhor

Comments are closed.