Com plantel mais enxuto, Leão mostra que tem boas opções

Desde sua chegada ao Clube do Remo, Ney da Matta esboçou um número de atletas que gostaria de trabalhar para essa temporada: 28. Antes do começo do Campeonato, porém, a equipe chegou a contar com 35 atletas. Hoje, após “crivo” feito pela comissão técnica, cerca de 29 profissionais compõem o plantel remista.

Para muitos, o fator financeiro foi essencial paras se chegar a esse número, uma vez que a folha salarial para esse primeiro semestre foi fixada entre R$ 250 mil e R$ 300 mil. De fato, o cuidado orçamentário é verdadeiro, mas o planejamento faz parte da estratégia do comandante em montar um grupo e não apenas um time.

De acordo com o treinador, essa quantidade ajuda a manter o foco e a disposição de cada profissional em alta, pois à medida que a equipe for se apresentando ao longo das competições, todos terão suas oportunidades em campo. Tal pensamento fez com que o comandante tivesse o elenco na palma da mão, como foi exibido na partida de domingo (28/01), na vitória no clássico Re-Pa, onde mexeu pontualmente na formação azulina, demonstrando conhecimento dos seus jogadores.

“Deixo claro que o foco é na trajetória, no compromisso que firmamos para a temporada. Não podemos deixar tropeços nos atingir e nem vitórias nos iludir. Por isso, nossa meta é montar um grupo forte, com o mínimo de falhas para chegar às taças. Esse sim é o nosso objetivo”, disse o treinador.

“Ney sabe o que esta fazendo. O currículo dele diz isso. Todos estamos felizes e ninguém aqui quer roubar o espaço de ninguém. Todos treinamos muito para ajudar o time, que é de onde garantimos o sustento da nossa família e assim será”, explicou Adenilson, em apoio à filosofia do treinador.

Disciplina

Com o grupo na mão, Ney da Matta conseguiu extrair, nesse começo de temporada, o empenho e foco de seus atletas. Diferentemente de épocas passadas, onde uma substituição era vista com maus olhos pelo jogador, os profissionais têm demonstrado disciplina com as mexidas do treinador, priorizando o grupo no lugar da atuação individual.

Consistência

Com o exemplo das últimas duas partidas do Leão, as mudanças de Ney da Matta, sobretudo na formação tática, permitiu consistência ao time, seja na defesa ou no ataque. Diante do Águia, mesmo com apenas um dia de treino entre a derrota na rodada anterior e o dia do jogo, de cara, a equipe demonstrou melhoria. O bom desempenho se confirmou na vitória dominante contra o Paysandu. As alterações só surtiram efeito pelo conhecimento do treinador, sabendo utilizar suas peças de reposição.

Banco

O que tem ajudado o técnico Ney da Matta na formação do seu time é a qualidade dos seus atletas. Embora mande a campo apenas 11 jogadores, no banco de reservas o comandante tem peças de reposição à altura. Por exemplo, nas duas últimas partidas do Leão, quase todas as substituições surtiram efeito, inclusive, dando uma dor de cabeça ao treinador, como o ala Jefferson Recife, que tem atuado bem no meio. A exceção foi a entrada do meia Yuri, contra o Águia, expulso com 2 minutos em campo.

Rodízio

Embora já tenha adiantado sua onzena titular, Ney da Matta não nega que conta com um grupo acima de 11 jogadores e que, dependendo da ocasião, não se intimidará em mexer no time. O controle com o grupo é visto nas escalações de todo o plantel, pois, de todos os jogadores, apenas 7 ainda não atuaram, sendo que Gabriel Lima, Diego Superti e Felipe Pará estão em recuperação de lesão. Conforme seu desempenho nos treinos, o próximo a ser utilizado deve ser o meia Rodriguinho, já regularizado.

Diário do Pará, 30/01/2018