João Nasser Neto (Netão)
João Nasser Neto (Netão)

Devido às férias adiantadas no futebol profissional, os assuntos burocráticos relativos à nova gestão do Clube do Remo, que passará por eleição em novembro, deverão tomar conta dos bastidores pelas próximas semanas.

Fatores ligados à modernidade, ao financeiro e à restruturação interna, como sempre, serão os tópicos principais entre os “presidenciáveis”. Todavia, as definições e as propostas quanto ao futebol, sem dúvidas, terão peso duplo na eleição. É nesse ponto que entra, talvez, o grande problema do Leão.

Nas últimas temporadas, todas as chapas postulantes ao cargo máximo no clube, tanto vencedoras como perdedoras, apostaram na renovação da equipe de futebol, especificamente no comando técnico, como meio de voltar a triunfar em campo. Porém, mesmo embasados em currículos vitoriosos e com a lábia pronta dos treinadores, a estratégia há tempos tem se mostrado falha, uma vez que nenhum técnico de fora conseguiu dar conta do recado.

A “costa larga” dos treinadores de ponta, na verdade, ajudou o Remo a fracassar nas competições, dando sempre início à intensa dança das cadeiras na função.

O atual presidente Manoel Ribeiro, que planeja concorrer ao cargo mais uma vez, ratificou a presença de mentes novas, como no caso de João Nasser Neto, o Netão, que foi bem avaliado pelo cartola e diretores de futebol, dando a entender que deverá ter a chance de iniciar com o projeto para a temporada seguinte.

Contudo, conforme fontes de bastidores, a proposta de começar com nomes mais experientes e rodagem no futebol ainda são ideias corriqueiras e presentes. Qual seria o motivo para arriscar em um novo “medalhão”?

A falta de conhecimento do futebol local é o grande entrave para o sucesso de treinadores experientes. A própria geração de treinadores “cascudos” tem entrado em declínio, como no caso de Givanildo Oliveira, que mesmo dispensando comentários, deixou a sua “marra” falar mais alto em vez de ceder em determinados pontos para guinar com o Remo na Série C.

A trajetória de Netão confirma que a presença de um treinador mais flexível e local, é fundamental para que o Remo, ao menos, se organize e tente inovar para 2019.

“Deixo na mão da diretoria. Fiz o meu trabalho e sou funcionário do clube. O desejo é de continuar, mirar em um planejamento de 2 anos, até porque o futebol hoje é isso. Vamos aguardar, até porque tenho que definir o que é melhor para mim e para a minha família”, destacou Netão.

Mesmo com poucos jogadores se destacando ao longo da temporada, o que de certa forma facilitaria negociação referente à renovação de contrato, diferente do ano passado, o tema deverá andar em passos lentos em 2018. Com a prioridade de honrar os compromissos, a atual gestão, mesmo alinhada com jogadores de interesse, só deverá bater o martelo sobre a permanência deles nas proximidades da eleição para a presidência, em novembro.

Dessa maneira, atletas como o meia Rodriguinho, mesmo sondado, ainda não tem nada concreto quanto ao futuro.

“Espero continuar. Foi um clube que me acolheu bem, a cidade, a torcida também ajudou isso. Não sei ao certo como estão as coisas, mas sei que tudo depende das eleições. Fico na expectativa, mas sabemos que vai demorar pela eleição”, disse o meia. Procurados, membros da diretoria de futebol do time não foram encontrados.

Os pontos positivos da reciclagem no comando técnico azulino:

Conhecimento local

Com base no desempenho de Netão, o Remo ganha – e muito – pelo conhecimento dele do futebol local, das adversidades e cobranças quase que ininterruptas. De acordo com Netão, aliás, a expectativa é que, além dos jogadores, caso a sua permanência seja efetivada, os auxiliares sejam também locais, na tentativa de uma reciclagem interna no comando. O mesmo vem acontecendo com Corinthians (SP), Flamengo (RJ) e Botafogo (RJ), por exemplo, no trabalho de fomentação de treinadores da casa.

Custo-benefício

Pela situação financeira do Remo, talvez o custo-benefício em apostar em um técnico local seja a principal opção nesse momento. O gasto com treinadores caros e sem a qualidade necessária que requer o Leão, poderá muito bem ser poupado para a contratação de 1 ou 2 jogadores de qualidade para o elenco.

Flexibilidade

Outro detalhe importante em dar novos ares ao comando técnico é a postura dos profissionais. Josué Teixeira, Ney da Matta e Givanildo Oliveira foram 3 técnicos de “bagagem” que vieram para o Leão, adotaram a filosofia de fazer o time funcionar na “marra”, sem mexer em sua estrutura, mudar sua visão de futebol, mesmo com a falta de resultados.

A flexibilidade em procurar o melhor encaixe foi o que ajudou não só Netão a guiar o Remo, mas também outros, como no caso de Álvaro Migueis (Atlético-AC), Léo Condé (Botafogo-SP) e Márcio Goiano (Náutico-PE). Todos estão na casa dos 40 anos e, com exceção de Netão, que não teve tempo suficiente, conseguiram o avanço à 2ª fase da Série C.

Estratégia

Os 3 últimos treinadores com “cancha” que vieram ao Remo (Josué Teixeira, Ney da Matta e Givanildo Oliveira), em comum, pouco ou quase não variavam o estilo de jogo em momentos de adversidades. Teixeira foi o único que ainda fez mudanças, mas em todo o time, perdendo o controle dos comandados. Por isso, a atualização com futebol moderno é fundamental. No Remo, mesmo com o fracasso de Artur Oliveira, o técnico conseguiu implementar novas táticas, que foram aperfeiçoadas por Netão.

Diário do Pará, 15/08/2018

2 COMENTÁRIOS

  1. Foi observado a partir do momento em que Netão assumiu a direção do comando técnico do Leão, houve melhora significativa no desempenho da equipe, ele analisa as peças que pode contar e organiza o time para enfrentar o adversário, foi assim nos 04 jogos finais.
    A diretoria do Leão não precisa contratar técnicos com medalhas. O caçador de medalhas já está no baenão. NETÃO.

    Reinaldo Pinto
    Zap 98853-5281

  2. O REMO TEM QUE INICIAR NOVA FORMATAÇÃO PELA DIRETORIA, AVALIAR QUE, GOSTA REALMENTE DE FUTEBOL E DO REMO, TIRAR PESSOAS ULTRAPASSADAS QUE SÓ SERVEM DE CORUM PARA ELEIÇÕES. CREDIBILIZAR O NETÃO E DEIXAR ELE ESCOLHER SEU AUXILIAR E JOGADORES QUE ENTENDEM SUA FILOSOFIA DE TRABALHO, MESCLAR O TIME APROVEITANDO OS GAROTOS “QUE NÃO SÃO MAIS GAROTOS” COM IDADE ACIMA DE 18, E TRAZER JOGADOR DE FORA QUE ESTÃO DISPUTANDO CAMPEONATO, MESCLAR COM MUITOS JOGADORES RODADOS NO FUTEBOL PARAENSE É TEIMOSIA.
    JOÃO PANTOJA

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