Com dívida em torno de R$ 70 milhões, o Figueirense (SC) foi ao mercado em busca de empréstimo e ganhou um grande parceiro. Em 2017, a “Holding Investimento” propôs e o clube criou uma sociedade anônima para a gestão do futebol: 95% da empresa e 5% do clube, em um contrato de 20 anos, renovável por mais 15. Um aporte financeiro do investidor mudou a vida do clube catarinense.
O exemplo foi seguido este ano pelo Botafogo (SP), com sua empresa de futebol, comandada pela “Trex Holding”, que detém 60% das ações na socidade com o clube e chegou injetando R$ 8 milhões. O fruto imediato foi a ascensão do clube à Série B do Campeonato Brasileiro, que oportuniza novos negócios.
Enfim, Futebol S/A é o futuro que já começou. Que impacto esse tipo de parceria teria no Remo? Interessaria? Quais seriam os efeitos?
Historicamente resistente às transformações, o Leão não aderiria à sociedade com empresas de investimento no futebol sem antes ter a comprovação do sucesso dos pioneiros.
Interessante seria, pelo aporte financeiro e pela gestão verdadeiramente profissional. O grande efeito seria a tradução do potencial em força e glórias. Afinal, com torcida grandiosa e apaixonada, com tradição, o Remo é extremamente viável e só precisa de impulso e direcionamento.
A transformação do futebol em S/A, com abertura a uma holding (parceira com posse majoritária de ações), não daria espaço às pessoas que se revezam como dirigentes no clube. Por isso, tanta recusa às transformações que vão chegar, mais cedo ou mais tarde. Até porque o novo modelo requer adaptação de estatuto.
Uma das vantagens para o clube que se associa a uma holding é o suporte financeiro para manter a estrutura nos eventuais rebaixamentos, que reduzem drasticamente o orçamento. O rival Paysandu está convivendo com esse risco assustador. Com a queda para a Série C, terá impacto estimado em R$ 15 milhões nas suas contas.
Eleições
O Remo está em mais um processo eleitoral tumultuado, mas não é nada comparável ao que viveu nas formações de Junta Governativa por falta de candidato, tal era a ingovernabilidade do clube. Isso aconteceu em 1996 e 1999/2000, por exemplo. O Remo teve Juntas Governativas também em 1964, 1967 e 1970.
Desta vez, há 3 candidatos à presidência: Fábio Bentes, Marco Antônio “Magnata” e Manoel Ribeiro, que busca a reeleição.
Outro dado importante é que dos 6 últimos presidentes, desde 2013, Manoel Ribeiro está sendo o único a cumprir o mandato integral, diferente de Sérgio Cabeça, Zeca Pirão, Pedro Minowa, André Cavalcante e dele próprio, que foi “presidente-tampão” em 2015.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 21/10/2018
Fora Manoel Ribeiro
Esse é o futuro do futebol. Quanto aqueles que insistem em continuar tratando o clube como se fosse de pelada, esses já deveriam ter saído há muito tempo. A tentativa é válida, considerando o que temos hoje !
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