Em comum, as 2 últimas temporadas do Clube do Remo encerraram de forma precoce e, novamente, com o gosto amargo de frustração após nova carga de esperança depositada pela torcida e diretoria. Além disso, exceto pelo Estadual, a falta de conquistas diversificadas também fez parte do roteiro repetitivo recente nos gramados azulino.
Internamente, porém, o clube conseguiu conquistar singelo avanço na condução do futebol profissional, em comparativo com o mesmo período de 2017, após o desfecho da temporada oficial.
Um dos principais fatores foi em cima de uma organização nos bastidores, com as rescisões e as renovações com profissionais do futebol. Em outubro de 2017, apenas Vinícius, Evandro Gigante e Jayme ampliaram contratos, fora as ameaças de determinados jogadores de entrar na Justiça do Trabalho.
O ambiente pesado ficava ainda mais hostil, já que a pressão em cima do presidente Manoel Ribeiro aumentava pela demora na apresentação do orçamento ao Conselho Fiscal e ao Conselho Deliberativo.
Com o mês de outubro chegando ao fim, é possível constatar mudanças relevantes comparado com o ano anterior. O futebol, que ainda depende da decisão do próximo mandatário para ratificar os encaminhamentos, já deu os primeiros passos. Com o treinador quase que definido, o elenco também vem se moldando, conforme o perfil já estabelecido pelo treinador Netão.
Além disso, tanto o planejamento das chapas da oposição como os representantes da situação reiteram um posicionamento imediato pós-eleição, o que facilitaria o engajamento não só no futebol, mas em outras áreas.
De acordo com o Manoel Ribeiro, que aguarda a decisão da Assembleia Geral para tentar a reeleição, os momentos são distintos.
“Mudamos algumas funções importantes, como a chegada de novos diretores que ficaram diretamente responsáveis por questões administrativas. Quer dizer, trouxemos profissionais que realmente fizeram os seus papeis de maneira correta”, avaliou.
Apesar da semelhança nos pontos negativos dentro de campo, fora, o Clube do Remo conseguiu dar um salto esse ano comparado com o anterior. Neste mesmo período em 2017, por exemplo, a agremiação passava por um verdadeiro caos. Reveja alguns tópicos importantes a seguir:
Comparativo entre 2017 e 2018:
Comissão técnica
Independente de quem vier a ser eleito presidente da instituição para o biênio 2019/2020, um nome é certo para continuar no futebol azulino: o treinador João Nasser Neto, que conquistou através do seu profissionalismo o respaldo de todos os candidatos para dar continuidade no comando técnico, algo que já aponta um pouco do perfil que o time terá em campo. O mesmo não aconteceu em 2017, quando, após inúmeras especulações, Ney da Matta foi confirmado com técnico no começo de novembro para iniciar o trabalho em dezembro. Netão está na função, indiretamente, desde fevereiro, no suporte a Givanildo Oliveira àquela época, e diretamente, desde julho, quando assumiu após a demissão de Artur Oliveira.
Plantel
Ano passado, com a demora na contratação do treinador, a montagem, consequentemente retardou o processo de montagem do time. Somente Vinícius, Evandro Gigante e Jayme estavam de contratos assinados em 2017 até o final de outubro. A correria nas contratações, mais uma vez foi danosa ao time pelo fato de montar a base do zero. Não por acaso, Ney da Matta foi demitido em fevereiro, depois de não ter conseguido criar sintonia em campo. Em 2018, embora com apenas 5 jogadores confirmados, uma quantidade considerável já estaria engatilhada, dentre remanescentes, Sub-20, Segundinha e processos avaliativos.
Ordem interna
Ao entrar de férias antecipadas pelo segundo ano consecutivo, os bastidores do Remo quase que semanalmente eram com confusão. Torcedores faziam protestos pela insatisfação e por conta do atraso nas prestações de conta. O atual mandatário Manoel Ribeiro correu o risco de ser deposto, mas contou com um número alto de apoiadores para evitar tal feito. Fora que os jogadores viviam na sede para tentar acertar as rescisões. Este ano, o ambiente está mais amistoso, sem polêmicas com os atletas.
Baenão
Por conta das “broncas”, os responsáveis do Clube do Remo praticamente passaram a responsabilidade em reabrir o Baenão toda para a torcida, que comprou a causa. Hoje, se o local já recebe treinamentos e é fruto do trabalho coletivo. Depois das inúmeras críticas, o clube finalmente conseguiu fechar acordo para restauração de uma das partes mais complexas, o que poderá reabrir o estádio no começo de fevereiro.
Diário do Pará, 30/10/2018