Ney da Matta
Ney da Matta

A semana começou já sob o clima de expectativa da abertura do Campeonato Paraense e, entre os torcedores dos grandes da capital, os mais ansiosos são os azulinos, cuja estreia acontece no domingo (14/01) contra o Bragantino, campeão da Segundinha.

É fácil de entender essa ansiedade dos remistas. Afinal, o time fez seu último jogo há mais de 3 meses – e fora de casa, contra o Salgueiro (PE), na rodada derradeira da fase classificatória da Série C.

De lá pra cá, muita coisa mudou no Baenão, começando pela maneira de trabalhar dos dirigentes. A entrada em cena de uma diretoria autônoma de futebol foi a grande contratação azulina da temporada, respondendo por boa parte das esperanças que o torcedor passou a ter em relação a 2018.

Com técnico, executivo e elenco moldado por critérios bem definidos, o clube cumpriu o chamado “dever de casa” quanto à organização e ao planejamento para o começo do novo ano.

Não se sabe se tudo vai dar certo, gerando as vitórias que o torcedor espera, pois futebol não é pautado na exatidão cartesiana. Por vezes, planos muito bem traçados acabam fracassando quando a bola rola.

Os preparativos do time reformulado mostraram alguns bons sinais quanto à qualidade dos jogadores contratados e, pelo menos, um motivo de preocupação para a torcida.

As sinalizações positivas ficam por conta da qualidade dos goleiros (Vinícius já havia se destacado em 2017), a perspectiva de um sistema defensivo mais confiável e volantes que escapam à trivial marcação “bate-estaca”.

O ponto a levantar dúvidas está ligado à qualidade da criação e a eficiência do ataque. Nos dois amistosos diante do Castanhal, essas situações ficaram bem evidentes. Por coincidência, duas das principais apostas do técnico Ney da Matta – o meia Adenilson e o atacante Isac – não puderam ser testados na fase preparatória.

Contra o Bragantino, do técnico Artur Oliveira, ídolo da torcida azulina e que pela primeira vez enfrenta o Remo em campeonatos estaduais, talvez não haja tempo para que os setores mais frágeis do time sejam revitalizados, pois tanto o meia quanto o centroavante têm escalação incerta para domingo e, mesmo que venham a atuar, não estão ainda nas condições físicas ideais.

Do lado interiorano, a principal virtude do Bragantino é o entrosamento obtido ao longo da disputa da Segundinha. Mesmo com algumas modificações pontuais, a base permaneceu e é daí que o “Rei” Artur pode extrair forças para tentar surpreender os remistas na estreia.

Blog do Gerson Nogueira, 10/01/2018