Times que precisam dosar as energias, que ainda estão engrenando, que priorizam não perder, são alguns dos fatores que indicam um jogo de muita cautela nas duas equipes, a não ser que saia um gol nos primeiros minutos. Pelas circunstâncias, a partida deve começar morna, mas tratando-se de Re-Pa, terá o combustível da rivalidade para pegar fogo a qualquer momento, bastando qualquer faísca.
A maioria absoluta dos jogadores vai viver o primeiro “Clássico Rei da Amazônia”. Dos 22 titulares, as exceções são os bicolores Marcão, Perema e Rodrigo Andrade; e os azulinos Levy e Jayme, que ainda não se firmou como titular, mas tem entrado em todos os jogos do Leão. O goleiro Vinícius só viveu o clássico no banco.
Os tantos estreantes em Re-Pa já ouviram os mais diversos apelos, recomendações e histórias que traduzem a importância do clássico para os paraenses. Já devem saber bem o tamanho da responsabilidade, embora o jogo não decida nada no campeonato. Também por isso, é um Re-Pa fadado à cautela.
A partida tende a ter como lances capitais as bolas altas em cobranças de falta e de escanteio. O time bicolor tem arma poderosa no jogo aéreo com o zagueiro Diego Ivo, tanto defendendo como atacando. No Remo, a peça mais importante nas bolas altas é o atacante Isac. Os dois devem duelar frequentemente nas duas áreas.
Em meio a tantos estreantes em Re-Pa nos dois times, o azulino Levy é quem tem maior quilometragem no clássico, desde 2007, quando estreou como meia e fez gol em um empate em 1 a 1. Levy foi titular nas 3 primeiras rodadas do Parazão, mas por sua dificuldade para cumprir funções táticas, está ameaçado de perder espaço para Diego Superti, tão logo o gaúcho retorne do DM e atinja o estágio físico exigido por Ney da Matta.
Vinícius e Marcão, agora com a mão na massa
Nos 4 clássicos realizados em 2017, o goleiro azulino Vinícius e o bicolor Marcão eram reservas de André Luiz e Emerson, respectivamente. Agora, vão viver as emoções do Re-Pa pela primeira vez como titulares. O goiano Vinícius, 33 anos, virou xodó dos remistas após assumir a camisa 1 na campanha da Série C e se transformou em uma das principais peças do time. O capixaba Marcão, 29 anos, está no Paysandu desde 2015, mas só fez 20 jogos até aqui e ainda trabalha para conquistar a confiança da torcida.
Para o próximo domingo, Vinícius está com moral em alta, determinado a não dar chance para o seu reserva, o paulista Douglas Dias. Marcão vem sendo questionado, acusado de falhas, precisando fechar o gol no Re-Pa para elevar o moral, sob a sombra do paulista Renan Rocha.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 26/01/2018