Givanildo Oliviera
Givanildo Oliviera

De todos os nomes cogitados para dirigir o Remo, Givanildo Oliveira é de longe o que mais conhece os arraiais azulinos, mesmo estando afastado do Baenão há vários anos. Dos técnicos em atividade, o pernambucano é o que treinou o time por mais vezes. Este detalhe foi decisivo em sua contratação, além, obviamente, da reconhecida competência e do currículo vitorioso.

Como técnico do Remo, o retrospecto é positivo, com 61% de aproveitamento: foram 53 jogos, com 30 vitórias, 8 empates e 15 derrotas. Das 4 passagens anteriores pelo Baenão, as duas últimas (2004 e 2011) foram as menos felizes, pois Givanildo foi chamado em momentos de extrema aflição no clube, mais ou menos como agora.

Acostumado a desafios, Givanildo terá que conviver com as contradições internas do Remo e a baixa qualidade do elenco montado no começo da temporada. De estilo disciplinador e rígido, é improvável que aceite passivamente a apatia e os altos e baixos do time nos últimos jogos.

Ao mesmo tempo, os dirigentes – autônomos ou não – precisam estar preparados para conviver com o estilo pessoal do técnico, que não admite interferências e cobra profissionalismo nas diversas instâncias.

Qualquer aposta é sujeita a riscos no universo do futebol e a opção feita pelo Remo ao contratar Givanildo não é garantia plena de sucesso, mas sinaliza para um trabalho de médio prazo, que tem como prioridade a busca pelo acesso à Série B.

Encontrar formas de explicar esse objetivo maior ao torcedor – e convencê-lo – é tarefa dos dirigentes, nem tão difícil quanto a espinhosa missão reservada a Givanildo: extrair um time razoavelmente competitivo do desregulado grupo ao qual será apresentado na quinta-feira (01/03).

Givanildo pode não ser a escolha dos sonhos do torcedor remista, mas sua presença no futebol paraense neste momento é razão para movimentar todas as peças do tabuleiro. Pelo nome, pela carreira exitosa e até pela mística que o acompanha quando assume times desacreditados.

Blog do Gerson Nogueira, 28/02/2018

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