Remo aposta em novos valores da base para 2020

O Remo segue o cronograma de renovação de atletas visando a temporada 2020 e possui um aliado a essa procura por jogadores.

As categorias de base do clube vem revelando jovens talentos nos últimos anos, o último deles foi o zagueiro Kevem, negociado com um grupo de empresários que usou o Mirassol (SP) como “ponte” para colocar o atleta no futebol de Portugal.

Em 2019, o Remo conseguiu manter no time profissional, além do zagueiro Kevem, o volante Ariel Pingo, o meia Laílson e o atacante Hélio Borges, que passou um ano na base do Palmeiras (SP). Todos esses atletas aturam na equipe de cima, mesmo com o Leão trocando de treinador por 3 vezes – João Neto, Márcio Fernandes e Eudes Pedro.

O trabalho desenvolvido no clube passa pelas mãos de duas pessoas: João Neto e Raimundo Santos, treinador do Sub-20 remista, que revelou que a lapidação de novos jogadores requer dedicação e paciência, pois é uma tarefa árdua.

“Temos uma safra de atletas muito boa. São jovens que estão com a gente desde o Sub-15, então conseguimos lapidar melhor os garotos até chegar ao profissional. Tanto que alguns fizeram um trabalho com a equipe principal e outros treinaram no sistema de rodízio para ganhar maturidade”, comentou.

Com peneiras e jogos amistosos no interior do Estado e com times do subúrbio de Belém, todos os anos o Remo consegue mesclar os times de cima com jogadores da base. A procura por jovens no futebol azulino é incessante e isso requer viagens, estudos e um olhar diferenciado.

“Todos os jogadores da nossa base são constantemente avaliados, mesmo que já estejam treinando conosco. Isso facilita quando o treinador do profissional procura por alguém, pois temos condições de repassar as características dos atletas, histórico e comportamento”, detalhou Raimundo.

A “fábrica” de atletas vem da quadra. A maioria dos jogadores que despontam no clube são oriundos do futsal. Isso fez com que o Leão criasse uma categoria Sub-13, para realizar a transição das quadras para o gramado. Uma tarefa complicada, mas que é feita por maestria com experiência de João Neto, que atualmente ocupa o cargo de coordenador de futebol do Leão.

“Nos últimos anos, conseguimos colocar atletas no time profissional. Não temos uma quantidade exata por temporada, vai muito do que eles produzem. O futsal ainda é o nosso maior fornecedor. É um esporte forte em Belém e criamos a categoria Sub-13 no futebol (de campo), para eles realizarem a transição”, disse.

Trabalhando juntos desde 2012, Raimundo Santos e João Neto já passaram dificuldades no clube, mas não desanimaram. O treinador do Sub-20 azulino destaca a importância de João Neto para que a base tenha vez no Leão.

“Netão é o elo entre a comissão de base e a dos profissionais. Nosso planejamento é formar jogadores, o segundo (objetivo) é fazer o Remo lucrar com eles. Temos dificuldades, mas não deixamos nos abater, pois todo ano o profissional recebe atletas e consegue negociá-los”, frisou.

O clube ainda disputa o Parazão Sub-20, mas de olho no próximo ano. Raimundo Santos projeta alguns nomes para a próxima temporada e acredita em uma boa safra de jogadores alimentando o time profissional, como o meia Wenderson, o lateral-esquerdo Felipe e o atacante Wallace, que já treinaram no profissional, além do atacante Thiago Albuquerque e o lateral Rafael.

O clube construiu o Núcleo Azulino de Saúde Performance (NASP), que atenderá o time profissional e as categorias de base. A novidade animou Raimundo Santos, que falou das dificuldades enfrentadas pelos garotos na parte física.

“O NASP foi um grande ganho para o clube, principalmente para a base. Nossa maior dificuldade não é a qualidade técnica, pois temos garotos que não deixam a desejar no quesito futebol. A nossa dificuldade é a parte física, ganho de massa muscular, potência, além de toda parte fisiológica, nutricional. O NASP vem somar com os garotos”, comentou.

O Liberal.com, 20/10/2019