O cenário ainda é confuso e indefinido. As torcidas aguardam ansiosas por uma resolução e os clubes que disputam o Campeonato Paraense seguem esperando as definições de data – e condições – para a retomada do futebol no Pará. Há uma corrente favorável a adiar o reinício do Estadual, deixando a conclusão para depois do Brasileirão, em dezembro ou até janeiro de 2021.
Há, porém, um contrato a ser respeitado pelos clubes. O acordo assinado por todos os 10 participantes do Parazão diz respeito ao patrocínio do Banpará e da Funtelpa, representantes do governo do Estado.
O protocoloco elaborado pela Federação Paraense de Futebol, com orientações sobre cuidados a serem adotados pelos clubes, será encaminhado ao Governo do Estado. Os ajustes finais foram feitos nesta terça-feira (16/06), por videoconferência, pela comissão de elaboração do protocolo de segurança. A partir daí, restará definir a data da retomada.
Com base nesse documento, preparado para subsidiar o Governo quanto à flexibilização do futebol, que é atividade considerada não essencial, deve ser dada uma solução quanto ao Parazão, que precisa de 18 partidas para ser finalizado, distribuídas em 6 datas, sendo 2 para as rodadas finais da fase de classificação, 2 para as semifinais e outras 2 para a decisão.
O acordo de patrocínio prevê a finalização do Parazão com a quantidade de jogos prevista inicialmente, respeitando a situação excepcional criada pela quarentena, mas sem considerar a hipótese do encerramento sumário da competição, como chegaram a defender alguns dirigentes – principalmente, bicolores.
A prioridade que os clubes procuram dar ao Campeonato Brasileiro – Séries C e D – é inteiramente compreensível, afinal, é o caminho de acesso a competições mais rentáveis e importantes no cenário nacional, mas não pode jamais diminuir a importância do Estadual.
Dificuldades têm sido apontadas pelos clubes como entraves à continuidade do Parazão antes do início do Brasileirão. São problemas sérios e que exigem atenção por parte da FPF e da própria CBF. O primeiro item refere-se às despesas com a testagem de Covid-19.
Os clubes têm buscado saídas. A dupla Re-Pa fechou convênio com o Hospital Porto Dias, mas os outros 8 participantes do campeonato continuam sem perspectiva. Caberia à FPF buscar a mesma parceria em benefício das equipes interioranas.
Do Governo do Estado não há mais nada a ser reivindicado, visto que responde pelo patrocínio do Parazão e liberou até verba extra aos clubes que representam o Pará nas competições nacionais. A missão de ajudar os clubes está agora nas mãos de FPF e CBF, ou, se for possível, da iniciativa privada.
Por ora, mesmo diante de tantas indagações, persiste uma única certeza: o Campeonato Paraense de 2020 será concluído em campo, conforme mandam as boas regras do desporto, respeitando as torcidas e honrando os compromissos firmados com o patrocinador.
Blog do Gerson Nogueira, 17/06/2020