A mudança de realidade em todos os segmentos devido à pandemia de Covid-19 foi um verdadeiro choque entre os mais variados perfis de trabalhadores. As recomendações com o isolamento social, que já se encaminha para o 3º mês consecutivo em âmbito local, naturalmente afetou em cheio a rotina coletiva, que inclui a dos jogadores de futebol, que tiveram de se readaptar a uma normalidade distinta da que antes era encontrada e disponibilizada para a execução do ofício em atuar nos gramados.
Por usarem o corpo como ferramenta de trabalho, é comum o questionamento aos profissionais em cima do cuidado físico e as perdas iminentes que irão ser apresentadas no retorno do calendário oficial, depois de um tempo parado sem a sequência em um esporte de alta intensidade. Contudo, seria somente esse o fator que deverá ser prejudicial nesse momento de quarentena?
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sindicato Mundial de Jogadores Mundial (Fifpro), publicada no final de abril, uma parcela significativa de atletas apresentara aumento de sintomas de depressão e ansiedade nesse período de paralisação forçada das atividades. A porcentagem teve acréscimo dobrado comparado com uma pesquisa similar ocorrida entre dezembro do ano passado e janeiro de 2020, antes com índice de 11% e 6%, agora com 22% e 13%, entre mulheres e homens participantes, respectivamente.
Com um calendário limitado anualmente e com boa parte do tempo já percorrido ao lado das incertezas no ar, os jogadores do Clube do Remo reiteraram níveis de ansiedade e estresse elevados nesse período de paralisação do futebol.
“Depois que a gente saiu de férias forçadas por causa dessa pandemia, que complicou todos nós, atletas e o mundo todo, passei a fazer um trabalho em casa para não ficar parado e dar uma desestressada também”, disse o volante Djalma.
“A preocupação e a ansiedade de voltar a treinar são muito grandes para nós, atletas”, seguiu o jogador.
Com poucas opções de distração ao ar livre, o atleta comentou sobre o papel dos exercícios recém-montados pela comissão técnica para a manutenção física e mental do jogador.
“Fizemos um grupo agora. A comissão técnica fez um grupo para todos treinarem em casa e está sendo muito importante e primordial”, disse.
Confiante em dias melhores, Djalma destacou que segue na expectativa de um desfecho feliz para esse ano complicado.
“Quando tudo normalizar e essa pandemia acabar, que possamos estar comemorando o acesso. Será muito importante para o clube”, concluiu.
Diário do Pará, 27/05/2020
Bentes traz Caio Dantas Boavista do RJ.
Centrovante
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