Apesar de o presidente da FPF, Adélcio Torres, preferir não se pronunciar, há o interesse extraoficial de a entidade promover a continuidade do Campeonato Paraense 2020, que foi paralisado na 8ª rodada da fase de classificação.
A conclusão do Parazão serviria para se conhecer o campeão da temporada, bem como os clubes que disputarão a Copa do Brasil e a Série D, em 2021.
Adélcio Torres já declarou em outras oportunidades que não pode fazer qualquer pronunciamento a respeito do destino do campeonato estadual, se terá continuidade ou não, para não acirrar os ânimos e mesmo pelo fato de a FPF ter de se guiar pelo que os seus filiados pretendem fazer ou adotar em relação ao Parazão.
Mesmo com alguns times insinuando que já abandonaram a competição, fazendo inclusive distrato de contratos com seus jogadores, liberando o elenco e afirmando que só voltam em 2021, Torres afirmou que nenhuma dessas equipes (Águia, Paragominas, Tapajós e Carajás) protocolou na FPF a sua desistência, razão pela qual acredita poder contar com os 10 clubes para o caso da continuidade, desde que passada a crise da saúde pública, com a volta à normalidade das atividades da sociedade paraense como um todo.
Faltam 2 rodadas para a conclusão da fase classificatória e, após isso, será disputada a fase semifinal, com 4 equipes, e as finais.
Confira a palavra oficial de cada clube:
Paragominas – Ivanildo Gomes
A suspensão é por uma força maior, de saúde, de calamidade pública, de cunho mundial. Sendo assim, o Paragominas também acataria o encerramento do Campeonato Paraense de Futebol, mantendo a classificação que está aí, garantindo aos 4 primeiros os direitos das competições nacionais.
Itupiranga – Izaías Pereira
É lamentável essa situação. Todos nós temos que nos prevenir. Nós, presidentes dos clubes, já dispensamos os jogadores. Os clubes menores não têm condições financeiras até mesmo de pagar. No final, pode ter um novo Campeonato Paraense. Queríamos a sequência do espetáculo. Vamos conversar com Federação e Governo do Estado, para organizar um futuro campeonato ou próximo campeonato para 2021.
Remo – Fábio Bentes
Nesse momento, a nossa posição é pela continuidade do campeonato assim que for possível. Se for o caso, em paralelo com o Campeonato Brasileiro. Foram feitos investimentos dos clubes, patrocinadores e o campeonato não pode terminar dessa forma. Seria melancólico. O máximo que uma equipe faria seriam 3 jogos. Em 3 semanas se resolve. Leva-se possibilidade de mudança do regulamento, como período de inscrição dos atletas.
Castanhal – Helinho Júnior
A opinião do Castanhal é a seguinte: manteria a classificação da forma que está, os 4 primeiros. Resolveríamos com a Federação para disputar às finais. Ou então, daria o calendário nacional aos clubes. Defendemos o não rebaixamento. Em 2021, teríamos 12 equipes.
Águia – João Galvão
O mais lógico seria a anulação do campeonato. Times que poderiam cair tinham como escapar. Poderíamos entrar no G4. Não tem como indicar ninguém para as competições nacionais. Ficaria como os anos anteriores.
Paysandu – Ricardo Gluck Paul
É um problema complexo. A crença é que o campeonato não tem condições de continuar. Se voltasse em maio, 45 dias de paralisação é um prejuízo enorme. O campeonato não tem como se sustentar. Não pode anular o campeonato. Mais de 80% da competição foi entregue. Se anular o campeonato, abre precedentes com base no Estatuto do Torcedor. O Paysandu vai manter o plantel para a Série C, já que acredita que o campeonato começa no mês de junho. Defendo que o valor da meritocracia seja dividido entre os 10 clubes.
Independente – Deley Santos
Não tem mais clima. Que o campeonato seja nulo.
Tapajós – Sandicley Monte
O Tapajós paralisou as suas atividades, mas não rescindiu contrato com ninguém. A qualquer momento, pode retornar. Não acredito no retorno do Campeonato Paraense, mas vamos aguardar.
Bragantino – Cláudio Wagner
A expectativa é que retorne, estamos aguardando. No momento, estamos trabalhando somente com o que é necessário.
Carajás – Luiz Omar Pinheiro
Já coloquei abertamente: acho que o campeonato não volta mais. Tem que ser dado por encerrado.
O Liberal, 28/03/2020