Fábio Bentes
Fábio Bentes

A gestão do Remo, ao longo dos últimos 18 meses, tem priorizado o controle financeiro do clube. A organização do cofre azulino rendeu à administração elogios pelo pagamento das folhas salariais rigorosamente em dia.

Entretanto, devido à pandemia de Covid-19, esse retrospecto impecável pode sofrer uma alteração, já que as receitas do clube caíram com a ausência dos jogos. A verba oriunda do Governo do Estado, de R$ 1 milhão, como patrocínio para a Série C, também não entrou na conta do clube, pois foi bloqueada pela Justiça do Trabalho.

O valor foi retido integralmente para o pagamento dos credores azulinos. Até então, o acordo firmado era de R$ 390 mil, que resultaria automaticamente em R$ 610 mil para o clube.

Pelo empecilho, o Departamento Jurídico se disponibilizou em arredondar para R$ 500 mil este repasse, ficando com a outa metade para honrar seus compromissos. Mesmo assim, em reunião entre o clube, Justiça do Trabalho e alguns credores, na terça-feira (02/06), via videoconferência, não houve acordo, mesmo com o aval da maioria dos credores.

O presidente Fábio Bentes destacou que o atraso nos pagamentos de funcionários e do futebol azulino pode acabar ocorrendo em caso de não liberação do dinheiro.

“Tem essa possibilidade de atrasar, infelizmente. Em 18 meses, pagamos tudo em dia, inclusive 4 meses atrasados de funcionários nesse período. Agora estamos correndo esse risco porque estávamos contando com esse recurso”, explicou.

O Remo possui uma despesa mensal corrente avaliada em R$ 650 mil. Apesar do imbróglio, o presidente remista se mantém otimista em um desfecho favorecedor ao clube.

“A gente está na expectativa e esperamos que seja favorável ao pleito do Remo, até porque a gente não está pedindo nada além do que já estava previsto no processo. Não faz sentido aumentar o valor e o recurso ficar na Justiça e o clube começar a atrasar salário, coisa que ainda não aconteceu”, seguiu.

No pior dos cenários, que seria a retenção dos R$ 500 mil e consequentemente a falta de pagamento, Fábio Bentes reiterou que a situação seria péssima para o Leão, pelo cenário complicado que tem rodeado o futebol atual.

“Vai voltar para aquela velha bola de neve, de atrasar salário, gerar processo. Nós, que estávamos encaminhando para quitar essa dívida até no máximo 2022, vamos ter que retroceder isso, o que seria terrível para a gente”, avaliou.

Diário do Pará, 05/06/2020

2 COMENTÁRIOS

  1. Se o Remo depende em demasia de bilheteria, com a interrupção dos jogos por tempo indeterminado devido o coronavírus, a diretoria deveria já na parada do Parazão ter reduzido custos em nível suficiente para honrar os compromissos com seus credores.

    Manter folha alta de um grupo de jogadores parados, mesmo com redução salarial, é dinheiro jogado no ralo. Na paralisação a diretoria deveria ter negociado a saída de todas as ruindades que oneram a folha, por exemplo, Neguete, Mandai (bichado, come e dorme), Xaves, Charles, Gerson e Giovane não fariam falta e certamente dariam uma economia de mais de 100 mil mensais ao clube. Contratações pontuais e qualitativas para reforçar o grupo só deveriam ser feitas quando, efetivamente, for confirmado o início do brasileiro da C. O Remo não pode aumentar a sua dívida!

    Torço que o presidente Fábio Bentes continue na direção do Remo nos próximos anos, mas não cabe lástimas de dirigente e sim ações efetivas para solucionar os problemas do clube.

  2. Existem muitas saídas para que o Maior do Norte continue honrando seus compromissos. O nosso Presidente esta sendo realista, eu sou a favor de qualquer campanha que aumente a arrecadação Financeira, eu colaborarei dentro de minha possibilidades, para ver um Leão em condições de dar assistência ao Time que defenderá o manto Azul na C. Se a campanha for seja o 10.000 sócio torcedor adimplente eu estarei no meio destes guerreiros.

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