A estreia azulina na Série C teve festejos no sertão baiano. Mesmo sem uma exibição de encher os olhos, o Remo conseguiu 3 pontos fora de casa contra um adversário pouco conhecido.
De toda sorte, não há motivo para angústia ou desespero. Foi apenas a primeira rodada do Brasileirão, mas é natural que a torcida avalie a capacidade do time quanto às perspectivas de acesso. Mesmo levando em conta que o ideal é pontuar desde o início, o Leão tem boas chances de brigar por uma das vagas à Série B.
Mesmo com a justificada comemoração pela importante vitória na estreia, resultado que não ocorria há 22 anos, o time teve altos e baixos diante da Jacuipense (BA). Entrou com um atacante apenas (Gustavo Ermel) e com quatro volantes (Charles, Lucas Siqueira, Gelson e Julio Rusch).
Mesmo com o povoamento à frente da zaga, tomou um gol logo de cara e teve grandes problemas para empatar, já no começo da etapa final. A marcação sólida, que Mazola Júnior busca, só deu as caras a partir de meia hora de jogo e no começo do segundo tempo. Esperava-se mais segurança de um sistema tão cauteloso.
Jogando em um gramado de futebol-pelada e iluminação precária, o time da casa botou correria, conseguiu um pênalti esquisito – defendido por Vinícius – e quase desempatou em jogada rápida na área. A vitória azulina veio em arrancada de Eduardo Ramos, que se livrou de dois marcadores e bateu cruzado.
Ficou a impressão de que o Remo podia ter vencido com mais tranquilidade, controlando as ações e atacando mais. O problema é que, com tantos volantes disponíveis (sete estavam na relação de atletas), há a inclinação natural por um meio-campo conservador. O ataque, que tinha apenas dois jogadores (Zé Carlos e Gustavo Ermel), acaba em segundo plano.
A boa notícia é que o Leão tem tempo de corrigir rumos e, se for o caso, reforçar o elenco. A carência está no ataque. Situações que podem – e devem – ser resolvidas pontualmente.
Blog do Gerson Nogueira, 11/08/2020