A Liga Nacional de Clubes (LNC) está nascendo para assumir a gestão das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, já em 2022. Isso deverá ter impacto imediato no calendário de eventos e “enforcar” os Estaduais.
A questão ainda vai render muito entre clubes, CBF e Federações, na disputa política que ainda está nos discursos de cordialidade.
O Pará deverá ter ganhos e perdas. Se a LNC e as reformas vingarem, a perda de datas para o Parazão será grave pelo que o campeonato significa na integração deste Estado de dimensões continentais e no revigoramento permanente da rivalidade entre Remo e Paysandu.
Em compensação, haverá melhores perspectivas financeiras no Campeonato Brasileiro, inicialmente só para o Leão, se permanecer na Série B em 2022, mas também para os bicolores, caso conquistem o acesso.
Processo de transformação
Embora o projeto ainda esteja mal explicado, o nascimento da LNC deverá abrir um processo de ampla transformação no mercado do futebol. Se não quebrar, vai enfraquecer a estrutura de poder da CBF e das Federações.
Por isso, apesar de fragilizada pelos escândalos de corrupção e do afastamento do presidente Rogério Caboclo por assédio sexual e moral a uma funcionária, a CBF vai tentar resistir e defender a estrutura atual.
Na entidade nacional, as Federações decidem as eleições, tal como as Ligas Municipais decidem nas Federações. Assim funciona o domínio político de uma casta de privilegiados que nunca esteve tão vulnerável.
Ainda dentro da velha conjuntura, a Federação Paraense de Futebol terá eleições este ano, provavelmente em outubro, com os clubes profissionais em segundo plano e as Ligas decidindo nas urnas.
Adélcio Torres (atual presidente), Paulo Romano (atual vice) e Ricardo Gluck Paul (ex-presidente do Paysandu) são os 3 candidatos à presidência da FPF. Ambos estão em plena campanha, todos focados nas Ligas Municipais.
Peso
Nas eleições da CBF, os votos qualitativos correspondem a 3 de cada Federação, 2 de cada clube da Série A e 1 de cada clube da Série B. Assim, as 27 Federação totalizam 81 votos e os 40 clubes somam mais 60 votos.
Além disso, o registro de chapas tem algumas condicionantes que garantem o poder das Federações. Os clubes estão tratando de igualar todas os votos e as tais condicionantes.
Eleição
Os 20 clubes da Série B terão posição conjunta na questão eleitoral da CBF. Para isso, está prevista uma reunião para o final deste mês. Até lá, os 20 clubes vão exigir todos os esclarecimentos sobre o projeto da Liga Nacional de Clubes e farão suas exigências.
Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 20/06/2021
Qualquer mudança na gestão do futebol brasileiro não vai melhorar a vida dos clube médios e pequenos se não houver uma reformulação no calendário destes. É preciso ampliar a Série B e a Série C para 32 times, divididos em dois grupos de 16, do contrário nossos times continuarão na gangorra entre a segunda e a terceira divisão é até na quarta. Não me iludo com essa mudança.
É preciso sim tirar o poder do futebol das mãos da corrupta máfia da CBF que há anos sangra a maioria dos clubes brasileiros tradicionais e escraviza o torcedor.
Tem que dar direito de negociação de transmissão de jogos diretamente ao clube vender a sua marca. Por exemplo, se o Remo abrisse um pacote ao torcedor de 25,00 mês para transmitir seus jogos pela RemoTV, sem dificuldades teria pelo menos uns 30 mil assinantes, consequentemente 750 mil mês entrando em caixa. Isso é uma mostra de como o poder da CBF macula clubes tradicionais e de imensa torcida como o Remo.
Imagina demais situações que aliviariam custos ou que gerariam grandes receitas que são impedidas pela máfia da CBF?
Por fim, nada de prestigiar campeonato estadual ou regional e valorizar tanto rivalidade local, esse pensamento de nanico que só atrapalha o Remo voltar a ser grande como no passado. O foco do Remo tem que ser campeonatos nacionais e mais na frente sul-americanos, é isso que o Fenômeno Azul merece.
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