Remo e Águia se enfrentam nesta terça-feira (04/05), pela 3ª vez em 3 semanas, para o jogo que vai definir o primeiro classificado às semifinais do Campeonato Paraense. Nos confrontos anteriores, houve empate no primeiro e vitória azulina no segundo, realizado no último sábado (01/05).
Apesar do placar estabelecido na partida de ida das quartas-de-final, o Remo não parece disposto a correr riscos e vai para o jogo com a formação titular – com exceção do atacante Lucas Tocantins, que voltou a sentir lesão.
O volante Erick Flores, de atuação promissora em Marabá, deve ser novamente o substituto de Tocantins. Com ele, o esquema remista sofre alteração importante. Deixa de ser eminentemente ofensivo, por perder um atacante agudo, mas torna-se mais estável e robusto no meio-campo.
A criação segue com Felipe Gedoz, que melhora a cada partida, mas Erick passa a ser um parceiro de diálogo nas jogadas de intermediária. Foi assim em Marabá, quando ambos chegaram a ensaiar tabelinhas, mesmo sem terem sequer treinado juntos.
Com Gedoz, Lucas Siqueira, Anderson Uchôa, Erick e Dioguinho, o meio-campo ganha em poder de criação, chegando perto do modelo que o técnico Paulo Bonamigo pretende que se torne padrão no Remo. Ele nunca escondeu que aposta em um time que valorize o passe e surpreenda os adversários com triangulações rápidas.
Para que isso se concretize, será necessário tornar automática a troca de passes em velocidade, em dois toques ou de primeira, como aprecia Gedoz, às vezes até exageradamente. Um bom exemplo disso foi o lance do primeiro gol contra o Águia. Rapidez, precisão e economia na troca de passes, com o objetivo de chegar ao gol.
O desenho da jogada, apesar do detalhe do avanço de dois jogadores na saída, após o toque inicial de Gedoz, revela apuro e treinamento, insistência em repetir e ensaiar. No futebol nivelado de hoje, é praticamente impossível abrir janelas para a invenção, mas de vez em quando é possível inovar e surpreender.
Blog do Gerson Nogueira, 04/05/2021