Bruno Alves ainda não acredita na eliminação azulina: “Era o melhor elenco da Série C”

Mesmo com o título de campeão paraense, a temporada do Clube do Remo chegou ao fim de forma melancólica e foi tudo por água abaixo. O Leão acabou eliminado ainda na primeira fase da Série C do Brasileirão e deu adeus para o sonho do acesso em 2022.

“Antes do começo do Parazão, ninguém dava o Remo como favorito. Era sempre o Paysandu, mas fomos campeões. No início da Série C, o Remo reforçou muito. Diziam ‘Vai subir! Vai classificar!’, mas foi o contrário. Não não deu nada certo”, lamentou o atacante Bruno Alves, que deixou o Leão após a eliminação e assinou com a Ponte Preta (SP) para disputar a reta final da Série B.

“Não faltou esforço do Fábio, que até tirou treinador de clube rival (Gerson Gusmão, do Botafogo-PB) e pagando horrores. Trouxe jogadores de alta qualidade, pagando horrores também. Era difícil pagar a esses jogadores um salário baixo. Ele fez tudo! Deu bicho, boa estrutura, fez tudo o que podia. Infelizmente, não conseguimos”, disse.

“Temos que dividir essa carga. Não pode ficar só na culpa do presidente. Falam que ele é incompetente, que é fraco. Estão loucos! Era o melhor elenco da Série C! Como que o presidente é fraco? Eram os melhores! Só que, infelizmente, não aconteceu”, destacou Bruno.

“Falei para o Fábio (Bentes) continuar da forma que ele está trabalhando, com honestidade, mesmo sendo apedrejado por todos, que tenho certeza que ele vai colher os frutos lá na frente. Vai ser no ano que vem! Vai ser que nem como foi com o Fortaleza (CE), que ficou bastante tempo (na Série C), mas quando subiu, foi direto. Então, vai ser assim com o Remo. Fábio merece, a torcida merece”, apontou.

“Os funcionários trabalham de corpo e alma, dão a vida pelo clube. Então, creio que o Remo vai colher muitas coisas boas. Espero que esse presidente esteja à frente, porque ele merece demais e está sofrendo muito sozinho. Estão falando que ele é o culpado, mas não é culpado. Somos nós, jogadores. Temos que assumir a parcela de culpa junto com a comissão técnica. Erramos, o técnico errou, todo mundo errou na hora que não poderíamos errar. Infelizmente, custou caro para o Remo”, enfatizou o atacante.

“Posso confirmar, com toda a certeza do mundo, e não tenho interesse algum em estar mentindo, que o grupo era maravilhoso. Não tinha racha nenhum. Acho que tínhamos que nos cobrar mais, só isso, porque o grupo era unido. Quem jogava, estava feliz. Quem não jogava, estava buscando espaço, respeitando o companheiro”, contou.

O camisa 7 do Leão fez questão de negar qualquer tipo de “racha” dentro do elenco, como chegou a circular em boatos.

“Apareceram algumas coisas de que estava rachado e a torcida achava que estava mesmo, mas era um grupo fenomenal. Nos cobramos dentro do vestiário. Tínhamos que nos cobrar mais, que conversar mais dentro de campo, tinha que ter mais comunicação. Todo mundo gostava de todo mundo. Tinha xingamentos em campo, brigas, mas no vestiário fazíamos as pazes. A gente cobrou isso, mas não teve momento algum de grupo rachado. Isso aí falo com toda certeza do mundo. Não teve nenhum momento em que o grupo rachou. Até quando chegaram novos jogadores, a gente abraçou”, afirmou.

Bruno Alves também comentou sobre a torcida azulina que, segundo ele, ainda não havia encontrado igual no Brasil.

“Quando a torcida cantava, dava um ânimo a mais. Como falei, foi diferente de todos os clubes que passei. Não é todo lugar que você vê um estádio lotado em qualquer jogo, seja domingo, meio de semana, de tarde, manhã ou à noite. Isso que me frustrou mais ainda! De não conseguir resolver em alguns jogos, como contra o Botafogo (SP), Aparecidense (GO). Se ganha um desses, estávamos na Série B. Esse clube na Série A ia ser uma loucura. O Brasil todo ia falar da torcida e da festa”, ponderou.

Segundo o atacante, quando saiu do Baenão, as portas ficaram abertas para um possível retorno em 2023.

“Estou em São Paulo, assinei com a Ponte Preta (SP). Vamos viver o momento aqui primeiro. Ano que vem, caso haja a oportunidade, voltarei sem pensar duas vezes. Saí do Remo com salário, rescisão, tudo certinho. Eles estão pagando tudo certo. Só faltou o acesso para todos ficarem felizes. Em questão financeira, não deixou a desejar”, finalizou.

Diário Online, 19/08/2022