A contrário das temporadas 2021 e 2022, o Remo começou a trabalhar a partir da contratação de um técnico de Série B. Com um passo importante!
Marcelo Cabo, carioca de 55 anos, com passagens por vários clubes brasileiros e perfil vitorioso, ganhou destaque ao dirigir Atlético (GO) e CSA (AL), obtendo acessos à Série A com ambos.
Esteve no Vasco (RJ) também, mas sem brilho. Seu último trabalho foi na Chapecoense (SC).
O anúncio de Marcelo Cabo surpreendeu, por se tratar de um técnico de uma “prateleira” mais elevada. Ao investir alto para qualificar o comando técnico, o Remo dá a demonstração clara de que tem planos ambiciosos para buscar o acesso, mas para que as coisas andem de acordo com o esperado, será necessário investir também na formação de um elenco qualificado.
Desde o início, a ideia era trabalhar com um técnico experiente. Hélio dos Anjos era o sonho de consumo. Chegou a ser procurado, mas terminou fechando a renovação de contrato com a Ponte Preta (SP) para 2023.
Disposto a não repetir experiências desastrosas com técnicos iniciantes, como Gerson Gusmão na Série C deste ano, o Remo pesquisou muito no mercado, fez sondagens e chegou a Marcelo Cabo.
O custo é mais alto do que a média de técnicos disponíveis, mas a diretoria está decidida a não repetir os erros das últimas temporadas.
O investimento no elenco é, a partir de agora, a prioridade maior no clube. Com receita minguada após a eliminação precoce na Série C, a política de contratações precisará ser absolutamente certeira e cirúrgica. Chega de experiências com jogadores em processo de recuperação, como Jean Patrick, muito menos com veteranos já sem muito a produzir em uma competição de alta exigência física, como Rodrigo Pimpão.
A contratação do novo executivo, que deve ocorrer nos próximos dias, é outro ponto delicado do projeto de reformulação do futebol azulino. A busca por reforços é conduzida pelo executivo, até porque a gestão do futebol continua como apêndice da diretoria. Os rumos do mercado e a importância do processo de montagem do elenco exigiriam uma gestão profissionalizada e menos contemplativa.
Marcelo Cabo está diante de um grande desafio, mas também da oportunidade de explorar a pressão da massa torcedora em combustível para fazer do Remo um time competitivo, capaz de se impor em casa e sair para buscar bons resultados fora.
Tanto na Série B (2021) quanto na Série C (2022), o Remo apresentou pífio desempenho como mandante, situação esdrúxula para quem joga sempre com o apoio de um estádio lotado.
Antes do Brasileirão, Cabo irá passar pela experiência do Campeonato Paraense, que começa em 15/01. Conquistar o bicampeonato estadual é uma das metas do Remo, fato que pode impor alguns riscos a um técnico recém-chegado. Tudo vai depender da eficiência de um time adequado às exigências do Parazão, disputado sempre em época de chuvas.
Blog do Gerson Nogueira, 26/10/2022
Só espero que a turma do Remo tenha aprendido, identificado o que deu errado com o último sonho de consumo, ( Pimpão), que com este (Cabo), não fique pensando na morte da bezerra e olhando para lua e este, não só leve o dindin mais deixe e talvez amplie.
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