Ricardo Catalá – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Ricardo Catalá – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

Na véspera do clássico mais importante do futebol da Amazônia, poderíamos estar falando animadamente das possibilidades de classificação à próxima fase da Série C. A realidade, porém, é inteiramente outra. O Re-Pa só importa para definir a sobrevivência de um dos times na luta desesperada para se manter vivo na competição.

Um tremendo desperdício de paixão popular e oportunidade de faturamento. Nenhum outro jogo chega aos pés do apelo que a dupla Re-Pa pode proporcionar. Nenhum outro time consegue arrastar sequer um terço do público que vai ao Mangueirão nesta segunda-feira (17/07).

Apesar dessa pujança, os dois clubes paraenses patinam no Brasileirão. Para quem às vezes se arvora a dizer que o lugar do futebol paraense é a Série B ou até a Série A, as gestões – azulinas e bicolores – se acomodam com muito pouco. Acostumaram-se a aceitar a Série C como princípio e fim.

Mesmo no 3º escalão nacional e desvalorizados pela pouca visibilidade, ambos não conseguem se firmar entre os primeiros colocados. Clubes que subiram da Série D estão em posições superiores, com maiores possibilidades de classificação aos quadrangulares.

No Mangueirão, teremos mais uma “apoteose do desperdício”. Duas imensas torcidas reunidas para apoiar times ruins, que proporcionaram mais vexames que alegrias nesta Série C.

Como o futebol é movido pela paixão, quando a bola rolar, as emoções irão dominar o duelo, principalmente nas arquibancadas e nas ruas.

Dentro de campo, poucos jogadores se mostram tocados pelas tradições do clássico. Não por desinteresse, mas por falta de tempo para fixar uma conexão com os clubes que defendem. São tantas contratações, com idas e vindas, que não há como solidificar sentimentos.

Os técnicos, de gerações e trajetórias diferentes, personificam essa realidade meio caótica e podem ser a redenção da dupla. Hélio dos Anjos, 65 anos, 35 anos de profissão, já comandou os dois lados, sem nunca ter perdido um Re-Pa. Ricardo Catalá, 41 anos, tem 6 anos de carreira e uma respeitável experiência anterior como teórico e assistente técnico.

Os comandantes, indiscutivelmente capazes, podem ajudar a tirar seus times do atoleiro em que se encontram. A ironia é que, depois do clássico, um deles terá como missão juntar os cacos para tentar fugir do rebaixamento iminente.

O Leão volta a campo nesta segunda-feira (17/07), a partir das 20h, para enfrentar o Paysandu, no Mangueirão. O jogo é válido pela 13ª rodada da Série C e terá transmissão ao vivo pela DAZN. Clique aqui para fazer sua assinatura agora.

Blog do Gerson Nogueira, 16/07/2023

10 COMENTÁRIOS

  1. Eu acho que os jogadores de hoje tremem com a torcida a favor. Com essa desenfreada necessidade de exibição e aceitação, as pessoas contraditoriamente têm medo de se expor. Porque o importante não é só aparecer, é aparecer “bem” e jogar com uma torcida de massa que cobra às vezes de maneira cruel e exagerada, é um verdadeiro terror!
    Por isso, o mesmo jogador que é péssimo aqui, consegue jogar em time “sem torcida”, mas eu entendo, o jogador, além de ser humano, é em.geral super imaturo, pois sai cedo “de casa” e tem 90% se sua experiência de vida dentro de um retângulo chamado futebol.
    Qual a solução? Cada vez mais investir no preparo emocional, ou a torcida abandonar os estágios, já que em 2020, o Remo jogou sem torcida e subiu. Até hoje me pergunto o porquê.

  2. A impressão que dá é que está “tudo errado” no futebol paraense : Clubes, torcida, imprensa, etc …
    Temos que nos “reinventar” se quisermos sobreviver…

  3. Se esse cara ganhar a mucura,estará tudo certo,mas se o revés vier,temo pelo futuro deste no Remo,sinceramente!!

  4. Times com bem menos recursos financeiros, estão na zona de classificação e o Remo lutando contra o fantasma do rebaixamento.
    Uma triste e lamentável realidade.
    O fenômeno não merece passar por essa humilhação.
    A gestão de futebol do nosso clube é um verdadeiro fracasso.

  5. Gerson Nogueira, você falou quase tudo! Porém, faltou um pouco de honestidade de sua parte qdo deixa de apontar para o aspecto político. A final, a dinheirama que vc se refere, vem em sua maioria dos cofres públicos. E isto, no meu modo de vê é sim a grande vergonha paraense. A final, a anos o povo vem sofrendo com falta de tudo. E pra onde vai os recursos e investimento deste estado? Eu digo, pro lixo! Sou paraense e sinto vergonha da pobreza e do tratamento que é dispensado a nossa terra querida. Pobre povo que se ilude achando que estes administradores fazem realmente o melhor por nossa cidade.

  6. Nelson Chada, é só olhar o VB Jr, veropa depois do jogo, assim como eles existem outros centenas de milhares que vibram com a desgraça um do outro. Para Remo e PSC, não existe futebol além da curuzu e baenão e os cartolas dos dois clubes sabem, então para que mudar. São dois times acostumados a salvadores da pátria, que hoje, está difícil, enquanto não aparecem, agonizam, uns se agarram a anjos e outros a São Vinícius, que nível! e continuamos 100 nada.

    • São Vinícius??? Já esqueceste que nós últimos Re-pa foi ele que entregou o jogo? Ô povo de memória curta!

      • Bom, é isto que dizem, tanto fora como no altar. Eu, não incluo na lista dos grandes goleiros que o Remo já teve e ainda, já está com a validade vencida a muito tempo, mas o Remo é cheio de cardeais, derepente algum ou alguns ainda acham que ele ainda pode fazer mais bondade do que maldade, o Remo não é o time do achismo, está fazendo jus a filosofia.

  7. Tem outra ,que Remo e Paissandu até pra contratar jogador vão buscar se já jogaram no clube Rival se já jogou eles contratam

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