Ricardo Catalá – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Ricardo Catalá – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

Assim como os torcedores, Ricardo Catalá está na expectativa para saber quem será o novo presidente do Remo. O técnico é a prioridade de 2 dos 4 candidatos à presidência do clube – Tonhão, da chapa “Remo Mais Forte”, e Jader Gardeline, da chapa “Avança Remo”.

“Uns dias após o final da nossa participação na Série C, me procurou um candidato chamado Jader (Gardeline), se apresentando e mencionando que gostaria de conversar comigo a respeito do projeto esportivo para o ano que vem. Expliquei para ele que não faria isso com nenhum outro candidato, até por uma questão de respeito ao clube e ao processo eleitoral, pedi a compreensão dele naquele momento para isso. Ele se mostrou bastante solicito e compreensivo”, contou.

“Obviamente, as pessoas com quem convivi no Remo são as que fazem parte da atual gestão, pois ainda não aconteceu a eleição, e que são candidatos ao pleito como chapa da situação. Com eles tenho mais contato em função de coisas que temos que solucionar em relação à parte financeira de coisas que ficaram pendentes e ficamos fazendo os ajustes normais, que sempre tem. Com eles acabei falando mais”, continuou Catalá.

“Eles (atual gestão) conhecem nossas ideias, pois convivemos quase 4 meses juntos. Sabem o que penso. Financeiramente, quando saí, já deixei praticamente encaminhado um acordo que, praticamente, nem mexe no que já existia. Qualquer outra pessoa teria aproveitado para se valorizar e arrancar dinheiro do clube, mas meu objetivo não é esse. Meu objetivo é vencer e presentear os torcedores com um bom futebol e bons resultados”, disse.

Em meio ao processo eleitoral, o técnico deixou claro algumas condições de trabalho para a temporada 2024, caso permaneça no clube. Catalá pediu autonomia em alguns assuntos, principalmente na montagem do elenco e logística de viagens, além das escolhas de comissão técnica e funcionários que estarão ao seu lado diariamente no clube.

“Minhas condições foram colocadas antes de sair, para quem fosse organizar o próximo passo do clube, soubesse. Quero autonomia na montagem (do elenco), saber quem estará comigo diariamente. Quero liberdade nas questões das logísticas, pois nossas logísticas de viagem muitas vezes não atenderam tudo aquilo que precisava. Sei que a malha aérea não é excepcional, mas dá para fazer melhor. Quero ter a liberdade da confecção da comissão técnica e quais as funções cada pessoa terá, pois quando você chega nas condições em que chegamos, com o clube na última posição na tabela, com zero ponto, você precisa atacar no que é emergencial, que é ‘apagar incêndios’. Quero delinear um projeto que entregue um bom futebol, vitórias e o principal objetivo, que é o acesso à Série B. O torcedor merece isso”, falou.

“Meu vinculo é mais com a chapa do Tonhão por conhece-los. Não tenho nada contra os outros (candidatos), nunca falei com eles e, obviamente, quando você não conhece, não se sabe o que esperar. Inclusive, isso terá peso na minha decisão”, apontou.

As eleições que ocorrem no dia 12/11 irão definir o futuro do clube. O estatuto azulino não permite que novos contratos sejam realizados além do mandato vigente, o que deve afetar o planejamento do Remo, de acordo com o treinador.

“Penso que, independente de quem ganhar as eleições, (o Remo) partirá atrasado. Tenho conversado com muitos treinadores e atletas e vários já possuem pré-contratos assinados com outros clubes para o ano que vem. Então o Remo vai sair muito atrás na montagem e terá dificuldade de recrutar jogador de qualidade, pois os melhores já estão resolvendo a vida para 2024 e vamos precisar fazer uma força-tarefa”, alertou.

“No meu caso, como treinador, não conhecer a nova direção, não conhecer o ‘modus operandi’ desse dia a dia de novas pessoas, preciso dar um passo de lado com quem eles já tenham afinidade e construído ideias. Agora não é hora de pensar no Catalá, no Chico ou no Mané, agora é hora de penar no clube. Então, por esse motivo, prefiro dar um passo para o lado. No caso de vitória do Tonhão, fica tudo mais fácil. Conheço todos eles, já expliquei minhas condições e sei que vai andar nas minhas condições e as coisas funcionam”, garantiu.

“Na verdade, é isso. O único que me procurou, além da chapa com quem tenho mais contato (Tonhão), foi o Jader (Gardeline), mas não avançamos nas ideias e entendo que eles procurem alguém que tenha afinidade com eles para que as ideias sejam cada vez mais aceleradas e assertivas”, falou.

Catalá tem interesse em ficar no Leão, mas admitiu que está escutando propostas de outros clubes, porém, disse que ainda não foi “seduzido”.

“O risco sempre existe, pois não posso assinar um contrato com o clube (Remo), pois o estatuto impossibilita que sejam feitos contratos além do mandato que acaba em novembro. Até quando falamos de um acordo financeiro, falamos em caso de não vitória dessa chapa, uma indenização, pois é isso. Já recebi propostas, mas nenhuma delas me seduziu, mas pode chegar alguma coisa que seduza e teria que conversar com as pessoas”, avisou.

“Meu grande objetivo e desejo é o treinador chegar, ter condição de desenvolver um projeto com a sua ideia e poder entregar resultados. Fiz isso em todos os clubes que fui e, apesar de ter um carinho enorme pelo Remo, pela torcida e de como fui tratado e recebido em Belém, gostaria de ainda entregar um final feliz. Seria bacana”, finalizou.

O Liberal.com e Globo Esporte.com, 20/10/2023

8 COMENTÁRIOS

  1. Em 2022 vamos recordar que o Remo começou cedo logo após a eliminação sua preparação para 2023. O rival seguiu na fase seguinte da competição e foi eliminado. Começou tarde quase em dezembro se não me engano os preparativos para o ano de 2023. Para resumir tudo. Rival na Série B Remo na C. Vamos iniciar essa temporada sem mi-mi-mi porque até hoje não entendi contratação de jogador que se quer foi relacionado para o jogo, com certeza havia uma queda de braço entre membros da comissão azulina e deu no que deu. Muito bom técnico merece continuar mas solução tem e nada de desculpas sobre eleições. É a realidade e tem que ser vista com profissionais competentes.

    • Não deixa de ter razão , realmente tudo foi feito como manda o figurino no início da temporada passada e o final já sabemos

  2. Mais uma vez o velho estatuto emperrando as tomadas de decisões na administração de futebol azulina. A primeira providência a ser tomada pelo novo CONDEL é reformar este arcaico estatuto.

  3. Outubro de 2022 já tínhamos técnico e alguns jogadores chegando, outubro de 2023 o Remo não tem técnico, não tem time, não ganhou nada e está de férias desde setembro.

  4. Que papo furado desse cidadão, até parece que quando veio ao Remo, já tinha toda essa afinidade com atual diretoria, que embuster, nossa. Uma coisa tenho certeza, não é um Marvin e se este cidadão voltar, o Remo de cara, já começa com um tremendo panelão do treinador, que sina Leão, deves está desdentado e patas aparadas, não mete em ninguém.

  5. Pontos positivos e negativos dessa entrevista com o Catala.
    Essa “autonomia” de montagem de elenco e comissão técnica não pode ser uma carta branca para trazer qquer jogador ou profissional…fizeram isso com o Cabo e vimos o q deu. Além disso já esta dizendo q vai ter dificuldade de arranjar bons jogadores, já tá preparando a bengala da desculpa se não der certo.
    Legal querer um planejamento desde o inicio do ano, e é ai q a direção tem q agir:e sentar com o treinador para expor tb suas ideias, como por ex valorização da base remista no profissional, contratar profissionais para o futebol e não amadores, regular contratações por scout e desempenho, nada de apadrinhados, velhos ou bichados.
    Todos sabemos q os melhores jogadores querem começar o ano no eixo sudeste/sul pela visibilidade dos regionais..então pre contratar os bons jogadores para a série C e peneirar para o Estadual + Base.
    Qto a “seducao”, acredito q tb esta mto ligada ao valor a ganhar e tempo de contrato..situações q o Remo deve tá oferecendo bem para ele.
    Enfim, acho o Catala um bom técnico para o Remo…mas nao pode ser um novo Cabo / Deus no Leao!!!

  6. Isso mostra que, se o Remo fosse uma SAF, já teria autonomia para acertar com treinador e atletas. Pois empresa não pode perder tempo, precisa produzir.

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