Poucos jogadores no futebol do Pará ostentam o nível de regularidade do volante Anderson Uchôa. Isso vem desde sua passagem pelo rival Paysandu, há 3 anos, e depois se consolidou no Remo, onde atua há mais de 2 temporadas.
Não muda a maneira de atuar. É sempre discreto, objetivo e preciso.
Uma das suas principais características como primeiro volante é a qualidade do passe, que permite ao time fazer uma saída mais dinâmica e qualificada, abrindo caminho para transições eficientes.
É preciso observar que, no futebol atual, quase todas as bolas passam pelo volante, às vezes mais até do que pelos pés dos meias. O cenário exige que os volantes sejam cada vez mais certeiros nos passes. Deles depende, por exemplo, toda boa estratégia de contra-ataque.
Antes de Uchôa, o Remo teve uma dinastia de bons volantes, desde Elias Flor da Rocha nos anos 70/80, que teve em Agnaldo de Jesus um brilhante sucessor. O folclórico Biro-Biro também vestiu a camisa azulina, em 1993. Serginho e Márcio Belém iniciaram a década de 2000.
Depois disso, vários jogadores se revezaram na posição, sem maior destaque.
A tarefa prioritária é arrumar a casa lá atrás, cuidando da marcação e do primeiro combate. Quase todo volante faz isso, com maior ou menor eficiência, mas poucos conseguem complementar com a saída de bola, em toques rápidos e certeiros, fator decisivo para o equilíbrio de um time.
Desde que contratou Anderson Uchôa, tirando-o do rival, o Remo resolveu pontualmente o problema da cabeça-de-área. Através dele, os demais integrantes do meio-campo ajustam-se rapidamente, como foi o caso do segundo volante Richard Franco e do meia-armador Pablo Roberto.
No sistema de jogo praticado sob o comando de Marcelo Cabo, o papel de Uchôa ganha ainda mais relevância, embora nem sempre isso fique visível aos olhos do torcedor. É dele a missão de imprimir velocidade à transição para o ataque, seja acionando Pablo ou os laterais Lucas Mendes e Leonan.
Graças a esse trabalho, o time raramente recorre ao sempre temerário expediente das bolas alongadas, cujo destino final nem sempre é o companheiro de time. Depois de muitos anos cobrando tiros de meta com aqueles chutões a esmo, o Remo valoriza a posse de bola desde o começo da jogada.
A eficiência do time é medida pela agilidade com que faz a bola atravessar o campo, de pé em pé, até alcançar a área adversária. É, desde que o samba é samba, o melhor itinerário para chegar ao gol.
Blog do Gerson Nogueira, 28/03/2023
Vocês sempre esquecendo as coisas:Aderson,Tito,Ângelo,vao pesquisar futebol,vcs tem que saber um pouco de tudo pois trabalham com isso!
Comments are closed.