Sérgio Papellin – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Sérgio Papellin – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

Nesta terça-feira (20/02), Clube do Remo e Porto Velho (RO) se enfrentam em jogo único válido pela 1ª fase da Copa do Brasil. É a partida mais importante do time até o momento na temporada. São R$ 750 mil de cota de participação e mais R$ 950 mil em caso de avanço de fase.

O Leão joga por um empate para seguir na competição, mas a pressão é grande. A equipe vive um momento delicado com a torcida, que ainda não aprovou as atuações do Leão no ano.

Principal responsável pela montagem do elenco de 2024, o executivo de futebol Sérgio Papellin sabe dessa impaciência, inclusive por ter trabalhado no Baenão anos atrás. Ele falou sobre esse começo de temporada do Remo, da expectativa gerada com a montagem do elenco e garantiu ter confiança no trabalho que vem sendo feito.

Boa parte da torcida ficou incomodada com a atuação do Remo no clássico com o Paysandu. No dia seguinte, foi anunciado um reforço. O quanto esse jogo mais difícil nesse começo de temporada serve como parâmetro para avaliar o elenco?

Sem dúvida alguma, o jogo com o Paysandu é o mais difícil, sempre. Por ser um clássico e enfrentar um adversário que hoje está na Série B do Campeonato Brasileiro. Então, não fizemos um bom primeiro tempo, mas recuperamos bem no segundo tempo. Sei que o torcedor quer sempre ganhar mas, infelizmente, não conseguimos. Tivemos uma oportunidade, tivemos chance de gol no jogo, mas não muda em nada nosso planejamento. A gente sabe que o começo da temporada sempre é muito difícil e foi apenas nosso 3º jogo na competição. A confiança continua alta e acredito que vamos fazer uma grande temporada. A contratação do Matheus (Anjos), por coincidência, foi no dia seguinte, mas a gente vinha conversando há muito tempo com o empresário e só conseguimos fechar essa negociação depois, mas não foi pelo jogo com o Paysandu. Era um atleta que a gente estava buscando há dias e, infelizmente, teve uma dificuldade na negociação, que só foi destravada na segunda-feira após o clássico.

O clube já fez uma quantidade considerável de contratações. No planejamento azulino, haverá mais uma leva de contratações ou serão situações pontuais que o mercado proporcionará?

O Estadual serve para avaliar o desempenho de alguns atletas. Aqueles que não corresponderem ao que queremos, vamos repor, mas serão contratações pontuais, dentro daquelas peças que não se encaixaram no perfil que buscávamos. Quando você contrata, tem que ver um jogador em campo para ver como é que vai ser o comportamento dele. Às vezes, um atleta vai bem em outra equipe e chega aqui e não produz o mesmo que a gente esperava. Então, nesses casos, a tendência é buscar peças no mercado para repor, mas serão contratações pontuais, não como nesta temporada em que o elenco praticamente tinha se desfeito. Agora serão poucas peças para poder chegar longe.

Com seus contatos dentro do futebol brasileiro, o nível das contratações feitas pelo Remo em 2024 pegou muitos de surpresa e chamou a atenção dos concorrentes?

Chamou atenção, sim, pelo nível das contratações. Muita gente na Série C não tem essa condição de ter esse orçamento e de reforçar a equipe. Sabemos que será uma competição muito difícil e nossa ideia era montar uma base forte para quando chegar no Brasileirão essa equipe já estará mais entrosada, já estará mais unida, para que a gente possa ter uma grande competição. Chamou muita atenção no mercado porque os jogadores que contratamos tinham mercado até na Série B, então isso chama a atenção do meio do futebol, dos empresários, dos dirigentes. É uma coisa que a diretoria do Remo tem feito um esforço grande para poder dar essa condição de trabalho.

Justamente esse nível de contratações fez com que outros clubes e empresários aumentassem as pedidas pelo Remo? Aumentou também as ofertas de jogadores ao clube?

Muitos empresários veem que o Remo é um forte candidato para o acesso esse ano. Então, com jogadores que não tem um mercado na Série A, dentro até da Série B, ficam com mais chances de vir para o Remo por causa do nível de investimento que estamos fazendo. Agora, temos também que ter essa tranquilidade, essa consciência do que estamos fazendo, para não cair no desespero do torcedor, da imprensa, de achar que no começo do ano quem não acertar vai passar o ano sem acertar, entendeu? Temos que ter essa convicção e contar também com a paciência do nosso torcedor. O torcedor quer ganhar e com uma exibição de gala, que ganhe sem sofrer pressão do adversário, ter o controle do jogo, mas só com o tempo que vamos conseguir melhorar nossa produção.

Seu retorno ao Baenão e o nível de contratações aumentou substancialmente a expectativa da torcida. Você tem sentido isso no dia a dia aqui em Belém?

Quanto a isso, não resta dúvida. Acabei de sair de uma Série A, de uma equipe estabilizada em competições sul-americanas, para vir para o Remo. Só viria se realmente achasse que fosse um projeto vitorioso. Então, a gente sente isso do torcedor e ele pode ter certeza que vamos conseguir nosso objetivo no final do ano.

Ceará (CE) e Fortaleza (CE) uniram forças para ajudar no Estadual, o que teve reflexo positivo para eles mesmos. Você vê alguma perspectiva de isso vir a acontecer no Pará, dada a rivalidade entre Remo e Paysandu?

O presidente do Fortaleza (CE) e o presidente do Ceará (CE) têm uma relação muito boa fora de campo. Eles sempre pensam em beneficiar suas equipes. Nunca pensam em sair levando vantagem, eles pensam no bem dos dois clubes, tanto que tem patrocínios que eram comuns nas duas equipes, mesmo com um na Série A e outro na Série B. A rivalidade tem que ter, mas com o torcedor. Fora de campo, tem que ter essa harmonia, essa inteligência de negociações, de se trocar ideia, de procurar a melhor do clube. O futebol hoje é um esporte muito caro. Então, para isso, tem que ter grandes receitas para ter condições de se estruturar e isso tem acontecido no futebol cearense.

Diário do Pará, 18/02/2024

12 COMENTÁRIOS

    • O problema do time do Remo está no comando técnico, Catalá é treinador de times pequenos do interior de S.Paulo, times sem torcida, sem cobranças comparado ao gigante do norte do país. Precisamos de um treinador de série A e o Remo tem dinheiro pra contratar, Papelin começa a trabalhar neste sentido, no Fortaleza trouxesse o Rogério Ceni depois trouxesse o atual treinador Vojvoda agora traz para o Leão um treinador da mesma linha.

  1. Quem tem bom senso sabe que o trabalho de bom planejamento é esse que está sendo feito. Portanto é paciência que as situações boas virão. A principal meta é o acesso. Aqui nunca teremos esse consenso de benefícios para o futebol paraense. Aqui é tudo aparelhado, imprensa, federação, todos contra o Remo. É só ver as manchetes de jornais os comentários de cronistas esportivos e as arbitragens dos jogos e se percebe os favores aos bicolores e os rigores maracutaias contra o Remo. Enfim cabe ao torcedor ter essa sensibilidade e apoiar o clube, tendo a paciência para esperar fluir o trabalho e o planejamento.

  2. Boa jamil,vc e alguns que sempre vejo aqui nos comentarios tem essa visao que outros infelizmente não tem.Futebol hoje é feito com planejamento,estrutura,contas pagas e profissionalismo,é o que o remo esta fazendo.
    Uma grande parte so ver dentro das 4 linhas,nao sabe que para dar certo tem toda uma estrutura por trás.
    Torcedor influenciado pela imprensa que vem pras redes so reclamar e falar merd@,infelizmente so atrapalha o trabalho do seu proprio clube,cobrança sempre tem que ter,no seu momento certo.

  3. O time do Remo é ruim, nao vi futebol nesse time, vi muita desorganização, sem consistencia da zaga para o meio, jogadores longe um do outro, sem saida de bola, sem falar da estatura do time que é baixa, entao já é um problema, o curua deveria ser titular entre os zagueiros, porque o time já ganha em estatura, já o resto, precisa treinar muito.

    • É aquilo que o cartola do Atletico Goianiense falou, é muito jogador meia boca, inflacionado por agenciadores e no Remo, talvez não chegue a um 1/4, ai mano, bota umas 3 escolinhas do professor Raimundo para alfabetizar essa turma, como explicar, que um jogador que se profissional, tem muita dificuldade para acertar passe, cruzamento, acertar pelo menos a area do gol chutar direito e depois ainda dizem que o torcedor é pentelho ou pega no pe demais.

  4. Exatamente Jamil, o Papellin foi muito claro em sua abordagem de gestão profissional de futebol, não há espaço para imediatismo, cabendo ao torcedor ter consciência e paciência apoiando sempre o Remo na formação de um time forte, competitivo e vencedor.

    Pedir cabeças no início de um trabalho é visão amadora, portanto, se o torcedor remista quer a evolução do Remo, então também terá que evoluir para percepções e comportamentos mais profissionais no futebol.

  5. É Garra Azul, mas pra quem já jogou e conhece de futebol, sabe que muito dos jogadores contratados são fracos. Veja qts passes errados o Pavani dá numa partida, ou melhor, avalie os passes certos. Talvez seja mais fácil de contabilizar. Qual a sua visao em relação ao ligger? Ele já teve tempo suficiente para entrosa e se condicionar. O cara errada passe de 10 metros, nao tem tempo de bola, se posiciona mal, eteccc Não seremos alienados e nos calaremos para esses tipos de jogadores.

    • MBrasil, em vez do individual eu prefiro avaliar o coletivo, vejo como os principais gargalos a serem corrigidos a lateral direita, as bolas aéreas na zona dos zagueiros e a pegada dos volantes (principalmente na região da meia lua da grande área), resumidamente, o primeiro terço precisa melhorar muito para ter a segurança defensiva de um time competitivo. Por exemplo, eu apostaria no Jonilson e no Bispo como dupla de zaga, mas a titularidade deve ser conquistada em treinos e sua adequação ao esquema tático adotado para jogo.

      Eu recomendo leres melhor essa entrevista com o Papellin, mas para facilitar reproduzi abaixo um trecho sobre a tua abordagem.

      “O Estadual serve para avaliar o desempenho de alguns atletas. Aqueles que não corresponderem ao que queremos, vamos repor, mas serão contratações pontuais, dentro daquelas peças que não se encaixarem ao perfil que buscamos” – Papellin

  6. Já foi o 6 jogo dele já está mais de 2 meses treinando o time e ainda falam em paciência que o objetivo é o Acesso , está pior que o Marcelo cabo, o Águia vem ai

  7. Até o Aguia conseguiu passar do Curitiba… que papelão Papelin !!!! Esse papo de projeto, que largou time de série A é o meu saco. Vieste pela grana que estás ganhando e sugando do clube do Remo. Ninguém é menino aqui não, seu leso.

    Se fosse SAF administrata por gente competente já tinha mudado muita coisa…. todos nós vivemos de resultado para nos manter empregados.

    A torcida não tolera essa passividade do treinador na beira do gramado…. que inspiração e vibração esse cara passa pro time??? Vim em coletiva e passar a mão na cabeça de jogador, é ser uma liderança inspiradora? Ora me faça o favor.

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