Um dos maiores patrimônios da história do Remo está, aparentemente, “blindado”. O Centro de Treinamento, localizado no distrito de Outeiro, em Belém, não recebe atividades do elenco profissional há mais de 30 dias, segundo a programação semanal apresentada pelo próprio clube.
A falta de utilização pelo time principal é apenas um reflexo da pouca estrutura existente no local, já relatada por alguns jogadores, e falta de transparência de diretoria azulina sobre a utilização e a estruturação do espaço.
Atualmente, o CT passa por obras de revitalização. A principal delas está sendo realizada no segundo campo de treinamentos. No entanto, o Leão não atualiza o avanço dos trabalhos há meses. Portanto, não há como prever quando o espaço estará à disposição do elenco profissional.
O local onde hoje é o CT do Remo pertencia ao Carajás, clube administrado por Luis Omar Pinheiro, ex-presidente do Paysandu, que disputava a elite do Parazão na época. No dia 04/06, o então presidente azulino Fábio Bentes assinou os documentos da compra do terreno e anunciou a aquisição aos torcedores. O feito foi comemorado e muito bem recebido pela torcida.
Logo após a compra, o ex-jogador do Remo e engenheiro agrônomo Mesquita fez uma vistoria e indicou possíveis melhorias que precisariam ser feitas. Na época, o Leão não comunicou o valor que será pago pela área, mas informações apontavam que o local teria sido adquirido por cerca de R$ 3 milhões, com uma entrada entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão, sendo o restante parcelado até o final de 2023.
Poucos meses após a compra, o Remo começou a usar o CT de maneira efetiva. A parte estrutural recebeu obras, com a reforma dos vestiários e refeitório. Assim, jogadores das categorias de base e do profissional passaram a usar o local, que serviu como “toca” do Leão durante toda a Série B do Brasileirão.
Paralelamente a isso, o Remo iniciou uma campanha de venda de títulos de sócios remidos. A ideia da diretoria era usar o dinheiro para quitar o CT e realizar outras obras estruturantes. Uma das principais, que foi até citada pelo presidente Fábio Bentes, era a criação de um novo Núcleo Azulino de Saúde e Performance (NASP) em Outeiro, para ser complementar ao existente no Baenão.
Com o sucesso na venda de títulos remidos, que arrecadou mais de R$ 1,5 milhão em menos de um ano, o Remo passou a olhar o CT como um local para geração de renda para o clube. A partir de então, passou a cogitar a venda dos “naming rights” da estrutura. No entanto, a promessa feita em 2022, foi se concretizar só um ano depois, quando o Leão firmou acordo com a empresa de mineração Buritirama, no valor de R$ 3 milhões, por 3 anos de contrato.
Em março de 2022, uma embarcação se chocou com um dos pilares da ponte que liga o centro de Belém ao distrito de Outeiro, onde fica o CT do Remo, provocando sua interdição. Sem acesso, o Leão ficou quase um ano sem usar a estrutura regularmente para treinos.
Nesse período, a equipe azulina precisou migrar os treinamentos para a parte “continental” de Belém e começou uma busca por locais para as atividades mais próximos do centro. O clube só voltou a usar o CT em dezembro daquele ano, já na pré-temporada para 2023.
A classificação à 3ª fase da Copa do Brasil de 2023 teve um gosto ainda mais especial para o Remo. A cota de R$ 2,1 milhões garantida pelo clube ao passar pelo São Luiz (RS) teve um destino certo – o Centro de Treinamento em Outeiro. O anúncio foi feito pelo presidente Fábio Bentes ao elenco azulino ainda nos vestiários do Baenão, logo após o triunfo sobre o time gaúcho.
“Vocês deram o sangue, deram a vida. Muito obrigado, em nome de toda essa torcida maravilhosa que estava aí, pois vocês acabaram que conseguir quitar o nosso Centro de Treinamento. É 100% nosso”, revelou Bentes, cuja fala foi comemorada com aplausos pelos jogadores.
As coisas começaram a mudar no destino do CT após uma entrevista do ex-atacante remista Muriqui. Em uma conversa com um podcast, o jogador revelou uma decepção inicial com o CT. Segundo ele, o local não tinha estrutura para receber os demais atletas e “parecia um mangue”.
“Quando a gente foi começar a treinar no CT, lá em Outeiro. Chove muito aqui e você pisava, parecia um mangue por causa da chuva. Cheguei em casa, falei para minha mulher: ‘É impossível!’. Graças a Deus, tive uma carreira bacana, fui em lugares bons para caramba. Trocando ideia com ela, ela disse: ‘Esse é o propósito. Você sabia como era antes de vir. Não tem como reclamar agora’. Foi quando comecei a encarar aquela parada como uma situação positiva. Ver a garotada começando, passando minha experiência. É uma parada legal, saber que fui referência para algumas pessoas”, contou Muriqui.
A partir daquela declaração e com o final da temporada, o Remo passou a não utilizar mais o CT. O local, segundo a direção, passaria por obras de revitalização com objetivo de receber a equipe profissional em 2024.
A última atualização sobre a utilização ocorreu em janeiro deste ano. O presidente recém-eleito do Remo, Antonio Carlos Teixeira, disse que pretendia inaugurar até março o segundo campo do Centro de Treinamento em Outeiro.
“Estamos muito ansiosos para que acabe o mais rápido possível esse (segundo) campo, que vai ser o principal lá no CT, mas essas chuvas não têm colaborado para isso. Esperamos que até o final de fevereiro, março, possamos estar com esse gramado em condições de receber os treinamentos do nosso plantel profissional”, confirmou.
No entanto, a promessa não foi cumprida. O Leão utilizou poucas vezes o CT, ainda no início da temporada, mas atualmente concentra as atividades no Baenão. A última movimentação em Outeiro ocorreu no dia 18/04, ou seja, há mais de 30 dias, segundo a programação divulgada pela assessoria do clube.
Devido à utilização intensa, o gramado do Baenão está ficando, a cada semana, mais desgastado, sendo motivo de reclamação de jogadores e adversários.
O Leão volta a campo neste sábado (01/06), a partir das 17h00, para enfrentar o Sampaio Corrêa (MA), no estádio Castelão, em São Luís (MA). O jogo é válido pela 7ª rodada da Série C e terá transmissão ao vivo pela DAZN. Clique aqui para fazer sua assinatura agora.
O Liberal.com, 26/05/2024
Quem está acabando como CT e com o Remo é o presidente Tonhao por favor Tonhao renuncie deixe o Remo ser feliz sem você ,você é o câncer do Remo!!
Todas as conquistas q as 2 gestões passadas conseguiu financeiramente e estruturalmente estão sendo depreciados pouco a pouco por essa gestão atual
O CT está parado e não está sendo utilizado para a sua principal finalidade: O time principal
Os salários dos jogadores estão atrasandomontou um time pior q os anteriores e bem mais caro
Falta d planejamento com o dinheiro q tínhamos em Mao
As recisoes tb estão com dificuldades d pagar
Caixa em baixa
Visibilidade no mercado em baixa
Uma coisa eu não entendo: se a gestão é do mesmo grupo do Bentes, como pode errar tto assim??
Não é atoa que estamos na série C, rumo a série D, existe algo rendável por trás destas contratações, não é normal alguém contratar Ribamar, ítalo, Kelvin, ícaro, thalis e demais, alguém está ganhando com isso, sabendo que essas pessoas não têm às minimas condições de jogar bola, acredito que isso não é incompetência, tem alguma coisa por trás disso, é muita ruindade num elenco só. Temos que abrir o olho. Um exemplo, se vou contratar um funcionário, vou procurar saber quem é antes de qualquer coisa.
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