Paysandu 1×1 Remo (Jaderson) – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)
Paysandu 1×1 Remo (Jaderson) – Foto: Samara Miranda (Clube do Remo)

O futebol do Pará conseguiu, nos 2 últimos anos, até de forma espantosa, retomar a posição de protagonismo na região Norte. Isso não ocorria, com clareza, desde o período “dourado” do início deste século, quando Remo e Paysandu conquistaram títulos brasileiros.

Quando nos refirmos com espanto a esse momento especial é porque nada – rigorosamente – indicava esse desfecho. Nada de relevante ou organizado apontava nessa direção. Por obra de muito esforço e também de uma boa dose de sorte, o Pará terá 2 clubes na Série B em 2025.

Esse fato excepcionalmente bom não acontecia há quase 20 anos – a última participação da dupla ocorreu em 2006, ainda dentro da fase de conquistas que marcou o começo do século 21. O clássico Re-Pa será novamente uma atração nacional, agora no palco adequado, o novo Mangueirão.

Que não se subestime o papel da sorte nisso tudo! Em 2023, o time bicolor obteve o acesso após uma campanha inicial sofrível, que chegou a flertar com o rebaixamento. A mudança de rumo veio com a contratação do técnico Hélio dos Anjos, que conseguiu fazer o time reagir e partir para o acesso.

Neste ano, o Remo avançou quase repetindo a trajetória do rival. Decepcionou nas primeiras rodadas e só engrenou com a chegada de Rodrigo Santana. A partir da adoção de um novo modelo de jogo, o time subiu de produção e alcançou a classificação.

Nos dois exemplos, infelizmente, nada reflete um bom planejamento, ideias modernas e ousadia de gestão. Pelo contrário! Os velhos rivais abusaram – outra vez! – do excesso de erros nas contratações de jogadores, pecando na avaliação de cenário para manter técnicos. As próprias torcidas não acreditavam em suas equipes.

Pode-se levar em conta que o fator sorte – ou acaso – também é parte da realidade do futebol, mas não se pode exagerar. Ambas as situações evidenciam a necessidade de urgentes mudanças na maneira de organizar os times e planejar adequadamente a participação nas competições.

Deixar tudo ao “deus-dará” é um risco inaceitável. É flertar com o perigo, como ocorreu com o Remo na Série B de 2021. A história costuma se repetir de maneira desastrosa quando determinadas providências não são tomadas.

A atual fase vivida pelo Remo é importantíssima. É o momento de avaliar nomes com responsabilidade e prospectar o mercado em busca de atletas que atendam aos critérios definidos. Conciliar as necessidades com a realidade financeira azulina é um desafio que exige empenho e sabedoria.

Tudo isso configura o caminho a ser seguido rumo à redenção, evitando ao máximo repetir os muitos erros do passado recente.

Blog do Gerson Nogueira, 20/11/2024

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