Remo 1×0 São Bernardo-SP (Sérgio Papellin e Jaderson) – Foto: Mauro Ângelo (Diário do Pará)
Remo 1×0 São Bernardo-SP (Sérgio Papellin e Jaderson) – Foto: Mauro Ângelo (Diário do Pará)

O cearense Sérgio Papellin tem 3 passagens pelo futebol paraense. Primeiro no Baenão, entre os anos de 2007 e 2008, quando Remo passava por uma enorme crise financeira e administrativa.

Em 2013, foi para o rival Paysandu, ano de um acesso para a Série B e, depois disso, rodou em outros clubes até chegar no Fortaleza (CE) para uma arrancada que levou o time cearense a ser um dos principais clubes da atualidade do futebol brasileiro.

Por isso, sua volta a Belém no começo do ano chamou tanta atenção. O que levou ele a deixar um clube totalmente estruturado para vir para um que vivia uma pressão sem tamanho pelo acesso?

No fim, a temporada se mostrou vitoriosa, mesmo com um começo tão difícil. Papellin falou sobre o que o motivou a voltar à capital paraense, da temporada errática, das dificuldades encontradas, as críticas recebidas, da montagem do elenco para 2025 e mais outros assuntos.

O que pode ser analisado do que deu certo e do que deu errado esse ano no planejamento do Remo?

Tivemos que começar o elenco para ser formado do zero. Desde quando recebi a proposta, o objetivo sempre foi o acesso para a Série B. Você quando traz os jogadores, você tem a certeza que darão certo, mas nem sempre sai como o planejado. Todas as contratações do início do ano foram de alto nível e bastante elogiadas. Chegamos na final do Campeonato Paraense mas, infelizmente, perdemos. Na Copa Verde, fomos eliminados na semifinal. Queríamos ter ganhado os 2 títulos, mas infelizmente não deu certo. Na Copa do Brasil, também tivemos uma eliminação precoce. Soubemos dar a volta por cima, mesmo com todas as adversidades. Temos que assumir os erros também que tivemos na temporada, tirar de lição e levar de aprendizado para 2025.

O desnível técnico entre as Séries C e B é enorme. Ainda assim, é possível manter uma base para a temporada 2025?

O atual nível da Série B é realmente bem maior. No futebol, você contrata pensando em conseguir seus objetivos, mas vamos ficar com uma pequena base desse grupo que está aí. Há jogadores que a gente viu que têm perfil para jogar uma Série B e vamos ficar com uns 8 ou 9 atletas desse grupo. Vamos começar do zero na próxima temporada e, a partir daí, vamos em busca de montar um elenco forte para poder fazer uma grande Série B, com um grande objetivo na temporada.

Como foi aguentar tantas críticas ao longo do ano até que o time engrenasse até o acesso?

Você tem que ter resiliência para aguentar as críticas. Realmente, você tem que saber que quando o time não está bem, você tem que ouvir, mas tem que ter convicção do seu trabalho. Desde o começo, nunca duvidei em nenhum momento que a gente iria brigar pelo acesso, então fiquei calado, pois, às vezes, muitas críticas vêm de gente deturpando as palavras que a gente fala. Preferi me recolher e aguentar as críticas. Durante o ano, recebi convite de outros clubes, mas meu compromisso realmente era com o Clube do Remo, com o Tonhão (Antônio Carlos Teixeira, presidente azulino). Vim para cá buscando no Remo aquela motivação, aquele friozinho na barriga do recomeço. Foi um ano de muita resiliência para poder aguentar as críticas, calado, sem responder a ninguém. Deus me deu esse dom da paciência para superar tudo isso.

Diário do Pará, 19/10/2024

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