A atual edição do Parazão conta com uma novidade. Desta vez, o VAR (árbitro assistente de vídeo) estará presente desde a 1ª fase da competição, mas com algumas ressalvas – a ferramenta está sendo utilizada apenas em jogos transmitidos pelos detentores dos direitos da competição e sem possibilidade de traçar as linhas de impedimento.
Ou seja, os árbitros precisam analisar todos os impedimentos no “olhômetro”, sem o operador “hawk-eye”, que traça as linhas com mais precisão.
Sobre o uso do árbitro de vídeo, dos 24 jogos realizados até o momento, 16 não tiveram a ferramenta, algo que não faz sentido para o meia Alexandre Santana, do Capitão Poço. Em entrevista após a partida contra o Remo, o jogador criticou a ausência do VAR em alguns jogos do torneio.
“Tinha que rever essa questão do VAR. É melhor não ter, como não tinha nas outras vezes. Tem para todos ou não tem para ninguém”, disparou.
Sobre o assunto, o presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul, não vê injustiça, pois os clubes, segundo o mandatário, aprovaram a forma como a ferramenta está sendo utilizada por unanimidade.
“Esse modelo foi votado e aprovado por unanimidade por todos os clubes no Congresso Técnico da competição. Temos todos os clubes unidos em torno do tema e, com o tempo, avançaremos cada vez mais para chegar em todos os jogos de todas as rodadas”, defendeu.
“Esse caminho transitório é necessário e segue o mesmo modelo implantado nas outras Federações que chegaram nesse nível de implementação de VAR”, completou o dirigente.
Entre os 8 jogos que contaram com o VAR, 2 deles tiveram um longo período de interrupção por conta da ferramenta.
Na 2ª rodada, no confronto entre Águia de Marabá e Paysandu, foram quase 9 minutos para analisar um pênalti marcado, a validação de um gol e uma expulsão. Neste jogo, não houve nenhum relato de falha na ferramenta, diferentemente do que ocorreu na segunda-feira (03/02), na partida entre Remo e Capitão Poço, que ficou paralisada por longos 18 minutos.
Aos 30 minutos do primeiro tempo, o atacante Ju Alagoano, do Capitão Poço, caiu na área após uma disputa de bola com o lateral-esquerdo Edson Kauã, do Remo. A arbitragem tentou analisar no VAR, mas o equipamento não funcionou. Ainda durante a partida, a Federação Paraense de Futebol (FPF) emitiu uma nota para esclarecer o ocorrido, afirmando que houve uma “falha técnica” no sistema do árbitro de vídeo.
Segundo a FPF, “um rompimento na fibra óptica que interliga a central de imagens do VAR ao monitor de campo impossibilitou a exibição das imagens”. Por esse motivo, a decisão de campo foi mantida e a partida seguiu sem a ferramenta.
Esse longo período de paralisação deixou o técnico azulino Rodrigo Santana insatisfeito. O comandante ressaltou que essa demora gerou uma insegurança na equipe de arbitragem e dúvidas sobre a qualidade do trabalho deles.
“Não é ruim apenas para os atletas. É ruim para quem está assistindo ao jogo, para todos que estão presentes aqui no estádio e pela TV. Você observa a insegurança, aquela indefinição. Esfria o jogador, o nível de jogo fica pior, tem gente que tem que trabalhar cedo e fica até mais tarde para assistir ao jogo. Gera, sim, uma dúvida na arbitragem, com certeza. O bandeirinha vai pensar: ‘eu já vou levantar logo, tem VAR ou não?’. Depois vamos assistir friamente na TV e ver que tinha condição de gol e o cara (assistente) vai ficar pensando: ‘Poxa, errei!’. O pessoal começa a olhar com maus olhos. O árbitro, de repente, errou, mas todo mundo erra, é humano, mas não quero mais que ele apite meu jogo. Vai se criando uma dúvida em relação ao trabalho profissional e isso é muito chato”, declarou.
As críticas ao problema apresentado pelo VAR não foram feitas apenas pelo técnico azulino. Nas redes sociais da FPF, vários torcedores também mostraram seu descontentamento com o ocorrido na partida entre Remo e Capitão Poço.
Gluck Paul considerou que essa questão é “normal dentro de um processo desafiante de implementar o VAR em diversos estádios”, afirmando ainda que a demora não tem relação com a análise da arbitragem.
“A demora não tem a ver com o tempo de análise da arbitragem, mas com alguns problemas técnicos de geração de imagem típicos do processo de implementação de um projeto desta envergadura. Com o tempo, os problemas vão diminuindo em função da curva natural de aprendizagem e implementação de soluções encontradas. Até agora, está dentro do que se esperava, sobretudo em comparação com a experiência passada por outras Federações”, comentou.
Apesar da declaração do presidente da FPF, os mais de 8 minutos de interrupção na partida em Marabá não tiveram relação com falhas na ferramenta. Pelo menos, não foi relatado nada neste sentido na súmula.
Para prevenir falha como a que aconteceu no jogo entre Remo e Capitão Poço, no Mangueirão, serão adotadas medidas a partir do próximo jogo, ainda de acordo com o mandatário da FPF.
“A Federação, a Comissão de Arbitragem e a empresa responsável já adotaram medidas para reforçar a estabilidade do sistema. A partir da próxima rodada, passaremos a operar com um sistema de backup para a fibra óptica, garantindo caminhos distintos e independentes para a transmissão dos sinais. Essa iniciativa visa assegurar o pleno funcionamento do VAR e prevenir qualquer eventualidade técnica”, informou.
Fernando Castro, presidente da Comissão de Arbitragem da entidade, ressaltou que o VAR já alterou algumas decisões tomadas dentro de campo, tornando o resultado final mais justo.
“É importante a gente lembrar que durante a competição já conseguimos recuperar, o VAR foi acionado e conseguimos recuperar pelos 5 gols que poderiam ter sido perdidos. O VAR foi acionado e também já recuperou 2 expulsões que poderiam ter sido perdidas. Com a implementação do VAR, tivemos 3 partidas nas primeiras rodadas com zero cartões, ou seja, os atletas se respeitam mais em campo porque sabem que tem uma ferramenta de olho e que pode ter uma situação de expulsão. O torcedor passa a ver mais tempo de bola rolando”, disse.
Globo Esporte.com, 05/02/2025
O problema Zé ruela não está em quem aprovou ou deixa de aprovar…o drama e o espaço pra roubalheira continua aberto…daí ter razão o jogador do Capitão Poço ou tem pra todos ou não tem pra ninguém…de onde já se viu rompimento da fibra ótica em pleno século da tecnologia…só otário para acreditar nesse VAR é na conduta de quem o opera.
É importante,mas tem que funcionar!!!!
Cncordo com o jogador do capitão poço, ou tem para todos ou não tem para ninguém, os dirigentes que aprovaram é que estão errados esse é meu ponto de vista. Quando tem VAR para uns e não para outros passa a sensação de que o campeonato não esta sendo justo.
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