Remo 1×1 Paysandu – Foto: Elias Felippe (Roma News)
Remo 1×1 Paysandu – Foto: Elias Felippe (Roma News)

Passadas 3 semanas, ainda repercute em todo o país e até no exterior a extraordinária festa das torcidas, com seus maravilhosos mosaicos, antes do Re-Pa.

O sucesso pode valer uma ressignificação do papel das torcidas organizadas, que agora podem perceber uma forma relevante de chamar atenção. O fato é que azulinos e bicolores produziram o melhor pré-jogo do Brasil.

Espetacularizar o futebol é uma busca das redes de televisão. O clássico paraense está construindo seus diferenciais, além do fato precioso de seguir dividindo o estádio ao meio. Coincidindo com a ampliação da visibilidade através do Canal do Benja, mas infelizmente, também com mais uma vexatória novela jurídica e suspensão do campeonato pelo 4º ano consecutivo.

Hora de redimensionar

O Re-Pa ganhou um embalo que não pode ser desperdiçado. Vale a pena, desde já, planejar os próximos passos da construção de um espetáculo maior ainda e, dentro desse processo, consolidar a ideia de convivência respeitosa entre rivais.

Seria importante o surgimento de uma liderança voltada para a espetacularização e relações respeitosas entre torcidas.

A centenária rivalidade entre Remo e Paysandu é a cara do Pará e neste ano de tantas possibilidades de projeção, basta dar continuidade ao que já funcionou no clássico recente.

O Re-Pa tem uma energia singular, poderosa, admirável, pedindo para crescer, aparecer e nos orgulhar!

Prejuízos

Enquanto Remo, Paysandu, Tuna e Águia seguem uma rotina de treinamentos visando suas estreias nas Séries B e D, os demais times vivos e os “ressuscitados” do Parazão se viram como podem, inevitavelmente prejudicados na preparação pelas incertezas sobre o recomeço do campeonato.

O Parazão sofreu suspensão pelo 4º ano consecutivo por questões jurídicas. É verdade! Porém, vale lembrar que a Segundinha de 2021 teve a questão entre Parauapebas e São Raimundo, que causou embaraços para o começo da divisão de elite em 2022.

Na Segundinha, as broncas jurídicas e suspensões de campeonato funcionam como “regra”. Faz tempo que não há “exceção”.

Essa retrospectiva mostra bem a gravidade do quadro, sem que a FPF apresente providências efetivas para prevenir. O Parazão virou motivo de achincalhe.

O Campeonato Paraense consome mais de R$ 7 milhões em verbas públicas e, além do Governo Estadual, tem outros patrocinadores. É um evento que gera trabalho e renda, gera integração entre as distantes regiões do Estado, gera entretenimento… É importante demais para ser tão vulnerável às investidas jurídicas por irregularidades.

As discussões agora, como nas suspensões anteriores, estão restritas aos fatos atuais, ou seja, julgamentos, recursos, prejuízos, incertezas. Os olhares estão na superfície. Fica o alerta para a sucessão de casos, ano a ano, no propósito de chamar atenção para a raiz dos problemas.

Há um grande descaso da FPF e dos clubes para o serviço burocrático, cujas falhas ensejam os imbróglios. Não se faz nada por qualificação, nem mesmo a busca de consultoria jurídica. O Parazão é um evento expressivo demais para ser tão mal conduzido.

Coluna de Carlos Ferreira, O Liberal, 15/03/2025

1 COMENTÁRIO

  1. A FPF é uma vergonha! Tem que mudar de presidente até o porteiro! Quanto ao assunto da reportagem, só vi firula, o futebol paraense deveria estar se destacando pela sua qualidade dentro de campo e não or mosaicos!

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